Todos os fins-de-semana vou aos mesmos bares no Bairro Alto.
Às mesmas discotecas no Cais do Sodré.
É uma espécie de caminho de santiago e eu um fiel seguidor.
Foi ficando naturalmente assim. Mas há uns tempos, tentei inverter essa tendência. Não com muito sucesso.
Ao descer o Bairro Alto passava sempre à porta de um bar retro-chique-lounge-live-in-pop onde só via mulheres bonitas. Jurei um dia entrar por aquela porta. E algumas semanas depois, foi o que fiz. Eu e os meus amigos entrámos e sentimo-nos observados. Diferentes. A mais. Aproximámo-nos do balcão e pedimos cervejas. Não era claramente a bebida mais pedida ali. De copo na mão olhámos em volta à procura das mulheres bonitas que nos tinham sido prometidas. Nada. Havia bastantes mais homens que mulheres. Mas, curiosamente, o mesmo número de casais de qualquer outro bar. Foi então que percebemos o que se passava.
A nossa sexualidade estava para aquele bar como o F C Porto está para o campeonato português de futebol: isolada. Bebemos calmamente a nossa cerveja e saímos para outro local que fosse mais a "nossa cara".
Isto tudo porque tenho um mantra que gosto de respeitar.
Uma vontade que me serve nos melhores e nos piores momentos.
Um objectivo de vida que me uso como desculpa, método de motivação e conversa de engate.
"Não quero morrer estúpido".
E por estúpido, entenda-se inculto. Lerdo. Burro. Tapado. Desligado. Básico.
Basicamente, quero arrepender-me do que faço, nunca do que não faço.
Gosto de ouvir música nova. Comer pratos diferentes. Ver filmes antigos. Conhecer espaços escondidos.
Mas entre o gostar e o fazer, está a rotina. Dou por mim, todos os sábados a ir parar aos mesmos bares.
A sugerir sempre os mesmos restaurantes. A comer sempre os mesmos pratos. A ouvir sempre os mesmos links de youtube. Os mesmos cd's. A fazer sempre os mesmos atalhos.
Não quero acabar uma personagem de sitcom. No "Friends", no "How I Met Your Mother", no "Seinfeld" está-se sempre nos mesmos bares. Há cafés de que gosto muito, onde me sinto em casa. Gosto do calorzinho de se ser uma cara conhecida mas também gosto de conhecer caras. Não vamos de férias sempre para o mesmo hotel, para a mesma cidade, para as mesmas praias, pois não?
E se estas semanas têm servido para inverter-me sentidos e vontades, também podem servir para criar alguns novos.
Durante os próximos 7 dias vou conhecer um novo bar/café, por dia.
De Time Out e Lifecooler debaixo de olho, vou explorar os cantos obscuros e alcoólicos desta cidade.
Quero bares, tascas, esplanadas e outros sítios onde me sentem, me sirvam copos e me ponham o fígado a trabalhar.
No final da semana partilho moradas, descrição e opinião.
À morte da monotonia.
À mudança Obamaniana.
À vossa.
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