“TRON: O Legado” – …a afastar pessoas de salões de jogos e de salas de cinema desde 1982
CONTRA PICADO/GF – Alguma vez jogaram Tron? É claro que já jogaram. Tron é um jogo simples em que dois veículos, um contra o outro num espaço fechado, deixam um feixe de luz por onde passam. O objectivo é tão simples como fazer com que o outro choque contra o nosso feixe de luz, fazendo-se uma razia pela frente do adversário. Quem, dos que estão a ler, nunca cortou uma cruva à última da hora? Ou quem, dos que estão a ler, nunca teve de se desviar de um taxista que se meteu à nossa frente? Pois. Porque carga de água vai Hollywood fazer um filme sobre maus condutores? Se era para isso iam ali a Arroios filmar cabo verdianas a terem aulas de condução. E se “Tron” foi um falhanço em 1982, porque é que esta gente acha que resultaria agora? Não vale a pena, senhores. Vão fazer mais blockbusters sobre referências dos anos 80, é? Uma comédia sobre um blusão ganga com gola de pêlo de carneiro? Um musical sobre as Doce? Um filme de terror em que o vilão é um par de meias brancas com raquete?
E o pior é que “Tron” tenta ser um filme sobre a dualidade “mundo real vs mundo virtual”, mas tal como a Cláudia Vieria quando tem de ler um teleponto, também o filme falha estupidamente. Se nós entrassemos dentro dos nossos computadores não viamos joguinhos de video e motas sofredoras de tunning. Viamos e-mails de trabalho, páginas de Facebook e pornografia escondida. Pobre Sam Flynn que tem de entrar num video jogo para reencontrar o pai que anda perdido. A mim nunca me aconteceu ter de jogar horas de Pac-Man ou Space Invaders para saber onde está o meu progenitor. Basta-me descobrir a tasca mais próxima com Sporttv. Fiquem sabendo que ver este filme é a mesma coisa que acompanhar um episódio da falecida série “Riscos” da RTP. Tudo é mau, falso, desactualizado e usam-se peanteados demasiado ridículos.
Como conselho da semana trago-vos “Sardinha”, um documentário eslavo de Popa Clavi, uma mulher de 78 anos que tem fobia a pessoas que limpam as fossas nasais em público. Aos 8 anos de idade Popa jogava à sardinha com o seu Pai no quintal quando este foi atingido numa têmpora por um Pombo desenfreado e kamikaze. Morreu no local. Desde esse dia, Popa tem-se filmado por diversos locais do mundo, jogando à sardinha com toda a gente com quem se cruza. Popa só pára para impedir idosos de alimentarem pombos com migalhas. Não percam este belo pedaço de saudade, amor, tristeza e ódio a pássaros urbanos."
As seen on O Indesmentível.
Thursday, January 13, 2011
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