Friday, April 29, 2011

Casal português com casamento marcado para hoje chateado porque ninguém lhes liga nenhuma

CASÓRIO/GF – António e Carla, um casal apaixonado do Carregado, estão irritadíssimos porque o seu casamento é hoje, exactamente no mesmo dia da boda real em Inglaterra. A marcação dos dois casórios para o mesmo dia tem ofuscado completamente a Carla, o António e uma tia que adormeceu num banco da Igreja.
“Nem a minha mãe. Nem ela vem ao casamento. Vai ficar a ver o William e a Kate pela TVI, a vaca.” disse Carla já no altar, vestida de noiva, enquanto que esperava que o Padre fosse “dar uma olhadela ali ao vestido da Kate no televisor”. António revelou mesmo que tinham “300 convidados mas 295 cancelaram e 5 julgaram que o convite deles era para o casamento real e meteram-se num avião da British Airways”. No entanto, António e Carla também têm pessoas acampadas à porta da Igreja mas, ao contrário do casamento real Inglês, porque estes são apenas sem-abrigo que estão fartos de dormir à porta dos bancos da Avenida da Liberdade. Carla só mais tarde confessou que sim, que poderia ter remarcado o casamento, mas esteve “distraída no ginásio a perder quilos para caber no vestido”.



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Thursday, April 28, 2011

"Isto É O Q?" #2.3 e #2.4

Desculpem lá, mas fui a Madrid.
Foi bom para ver quadros importantes e sentir-me culto.
Foi bom para me sentir "tuga", dizendo mal do nosso país em comparação com os outros.
E foi bom para ver mulheres bonitas.

No entanto, tive falta de comparência aqui pelo blog.
Assim sendo, deixo aqui os dois últimos episódio do "Isto É O Q?", que brincadeiras à parte, continua a melhorar. Visualmente está mais cinematográfico, o texto mais apuradinho e a linguagem mais perceptível. E o Rui Unas continua em grande. Quando for grande quero ter a comunicabilidade daquele homem.

o 3º episódio tem um regicídio. E igualdade a rodos.


O 4º episódio faz um esforço para se apelar aos mais pequeninos.

Tuesday, April 26, 2011

Talking Funny

Queria só dizer que isto é muito bom.

Não no sentido "muito bom" de "muita bom! Tem bués de piada!" mas no sentido "muito bom" de "vale a pena ver os maiores a conversar". Sobre ser-se os maiores.

Sobre como o Seinfeld ainda tem nervosismo antes de entrar em palco. Que eles também duvidaram deles próprios no início. Saber que há quem seja piquinhas. Quem seja infantil. E quem seja asneirento. E que todos, apesar de saberem que são os melhores, trabalham todos os dias para continuarem a ser.

A comédia americana pode ser uma realidade a palcos, comediantes e piadas de distância da portuguesa mas faz um calorzinho no estômago bom acompanhar esta hora de conversa e saber, sem qualquer dúvida, que todos os dias faço aquilo que mais gosto.

É por isso, que é muito bom.
E está apenas a um torrente de distância.

Monday, April 25, 2011

Verdade absoluta #83

Os discursos em cerimónias oficiais são como os post-its.

Servem para deixar recados.

Wednesday, April 20, 2011

"Não, Não & Não" #4

Haja alegria, haja frontalidade.

Quando os três pacholas do "Não, Não & Não" se chateiam - e não é raro - não há nada como falar "olhos nos olhos". Ou "olhos no peito", se for eu a discutir com o Daniel.

Este episódio tem ainda nudez da minha parte, intervenções pessoais, como seria o mundo se as pessoas fossem sempre honestas, uma facada num olho, uma antevisão do Benfica-Porto de hoje para a Taça e um belo par de mamas.
Pronto, uma delas é mentira.
E não é a das mamas.



Sunday, April 17, 2011

Um título… de filme

Quando em Portugal se fala em títulos de filmes o caminho mais comum é gozar-se sempre com os mesmos dois aspectos: as traduções brasileiras - que comicamente explicam, estragam ou ridicularizam os filmes que batizam; e os títulos pornográficos - que de modo ordinário, e sempre em tom jocoso de andaime, fazem rir a criança que temos dentro de nós.

No entanto, nos últimos anos, tem estado a aparecer um novo fenómeno cinematográfico que merece a nossa atenção. Porque enquanto que os dois exemplos supra citados são bons de um ponto de vista cómico, claramente não têm a dedicação à forma, à humanidade e à ortografia que estes novos trabalhos têm.

Sim, porque enquanto nós, portugueses, tratamos com desprezo e indiferença o “simples” título de um filme, há quem esteja empenhado em torná-lo numa obra de arte de per si. Para nós, comuns mortais, o título é apenas uma identificação fonética. Para este novo artista, é uma tela em branco, que leva e eleva o cinema mais além.

Falo assim, obviamente, das reticências nos títulos de filmes.  Porque deverá apenas a pelicula em si, conter dramatismo? Não pode o espectador, mesmo antes de se sentar numa sala - munido de pipocas, bebida e com o telemóvel por pôr no silêncio – ter já começado a experiência cinematográfica antes? Quem são os distribuidores retógrados e tradicionalistas para nos impedirem de usufruir de acção, comédia e suspense, ainda antes da sessão? E tudo… com umas reticências no título.

O artista é anónimo. Prefere manter-se assim – como todos os grandes artistas o fazem. Não tenho garantias que seja sempre o mesmo mas gosto de acreditar que tamanha originalidade, arrojo e dedicação seja obra de uma mente iluminada e, garantidamente, incompreendida. Uns meros minutos de investigação na internet, onde procurei toda a sua obra, levaram-me até inícios  de 2008. Mas é provável que tenha dados os seus primeiros passos bem antes disso.

Mas passemos à sua obra, propriamente dita.

Talvez o seu trabalho com maior visibilidade seja a comédia “Um Belo Par De… Patins” (estreado em Maio de 2008). Aqui, na sua obra mais popular, o artista demonstra como sabe respeitar o género do filme, sem que isso o impeça de criar. “Um Belo Par De… Patins”, sendo uma comédia, deu espaço ao autor para fazer ele próprio uma piada. “Um Belo Par” de quê? De “Mamas” como pensará o leitor mais básico? Não. “Patins” porque assim pode transmitir, mesmo que brincando, a mensagem do filme (a de um homem saído de uma relação à pouco tempo). Mais exemplos deste emprego da reticência para fins cómicos podem ser encontrados em títulos como “Adoro-Te… À Distância” (Setembro de 2010), “Batom… E Botas Da Tropa” (Outubro de 2009), “Padrinho… Mas Pouco” (Junho de 2008) ou “Amar… É Complicado” (Março de 2010) - De notar o transtorno emocional pelo qual o artista estaria a passar quando criou este título.

No seu trabalho com comédia quero ainda realçar o meu trabalho preferido de toda a sua obra: “Plano B…ebé” (Junho de 2010). Sem dúvida um clássico instantâneo, no mínimo, pela forma como brinca com as designações das palavras como se fossem castelos de areia numa praia da Costa da Caparica.

No entanto, ele não trabalha apenas comédia. Quando não era preciso fazer rir, o artista foi versátil o suficiente para aplicar o seu trabalho a novos propósitos. As reticências também podem ser aplicadas como forma de enunciação narrativa. Em títulos como “Por Amor…” (Setembro de 2009), “Thirst – Este É O Meu Sangue…” (Abril de 2010), “Para Sempre. Talvez…” (Março de 2008) ou “Vista Pela Última Vez…” (Fevereiro de 2008) é claro o esforço do artista em deixar o espectador, mesmo no final da leitura do título, em profunda ponderação filosófica do mesmo. A reticência é aqui usada como meio de deixar “no ar” um silêncio contemplativo pela leitura do título. Sim, porque o artista não é egoísta. Gosta que apreciem o seu trabalho mas não o faz pela fama. Fá-lo pelo bem da própria película. Ele sabe que a reticência pode muito bem ser usada como forma filosófica e emotiva de ponderar a narrativa.

Encontrei ainda trabalhos em que a reticência foi reforçada com mais pontuação, numa clara luta do génio por explorar todo o seu talento, sem reservas. E este é talvez o seu trabalho mais arrojado. Já cansado de umas meras reticências, procurou incorporar, que nem um expressionista na sua máxima força, o máximo de elementos que conseguiu, procurando provocar no leitor um claro e directo êxtase literário. “Com Outra?! …Nem Morta!” (Junho de 2009) é uma miscelânia arriscada e bem conseguida de pontuação ortográfica. Esta orgia de elementos visuais no título vão, sem dúvida, ficar na história – sendo ainda um mito que este título tenha causado mau-estar e vómitos em tantos espectadores como alguma crítica quer fazer acreditar.

O importante é reparar que o artista, ao colocar as reticências, está a deixar um pouco de si no seu trabalho. Ele coloca os famigerados três pontinhos nos locais onde ele, enquanto indivíduo, encontrou dúvida, comédia ou profundidade humana. Ele deixa a sua marca pessoal dizendo indirectamente ao espectador “olha que isto mexeu comigo. Perde um pouco do teu tempo a pensar nisto, se fazes favor”.

No entanto, e com toda a certeza, o público não compreende, aceita ou valoriza a arte deste artista. É sempre assim com mentes brilhantes, colocadas em tempos que não são os seus. Aposto que o povo português continua a fazer pedidos nas bilheteiras sem dar a devida pausa nas reticências. Brilhantes títulos como “Padrinho… Mas Pouco” ou “Adoro-te… À Distância” estão para sempre condenados a ser entoados como “Padrinho Mas Pouco” ou “Adoro-te À Distância” num profundo desrespeito pelo trabalho de quem cria, verdadeiramente, no cinema de hoje em dia.

Mas infelizmente... é o país que temos.

Verdade absoluta #82

Com os lápis uma pessoa não pode ser racista.

Tem sempre de dizer que "são de cor".

Friday, April 15, 2011

"Não, Não & Não" #3

Estou a ficar melhor.
Sinto que estou a crescer a cada cena que faço. A ser mais profissional.
Não, não é como actor. Melhor a ficar sério e a não estragar 746 takes com ataques de riso.

Podem ver, em várias cenas, o meu esforço em controlar o riso, com tanto sucesso, como o de Portugal em gerir as suas finanças. Este é o terceiro episódio e estamos a mudar a série, lentamente. Queremos mais sketch's e menos bastidores. Não que essas cenas não dêem gozo ou não tenham piada - eu consigo estragar 8 em cada 5 a rir - mas porque queremos, progressivamente, ser apenas um programa de sketch's.

MOMENTO FERNANDO NOBRE DO POST: E por favor, gostem de nós no Facebook. Nós juramos que nunca, nunca mas nunca pararemos de vos tratar bem, de vos providenciar comédia e de produzir sketch's com pessoas em tronco nu. Ou que seremos cabeças de lista de qualquer lista, ou cabeça, que seja.

Portanto, aqui está ele.
O 3º. Tem sushi radioactivo, castings para o programa, um truque de magia absolutamente deslumbrante, uma imitação perfeita da Shakira e o meu primeiro, primeiríssimo, talk-show de sempre.

Mais uma paródia a um anúncio, de fazer corar (de vergonha) o MadTV.


Picado vs "A Rapariga do Capuz Vermelho"

“A Rapariga do Capuz Vermelho” – …o espectador do vómito esverdeado

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar todo nu, colado numa parede das paredes do quarto do Cavaco Silva com cola UHU, sendo obrigado a assistir a todos os chás que tem com o Sócrates, o Passos Coelho, a malta do FMI e com o terapeuta da fala que o ajuda a pedir pizzas por telefone. Isto tudo sem conseguir falar porque me enfiaram uma bola de berlim fora de prazo na boca. (E por Bola de Berlim fora de prazo entenda-se “um seio da Angela Merkel”). “A Rapariga do Capuz Vermelho” foi o tempo da minha preciosa semana que gastei de pior forma. E atenção, eu também li uma edição d’A Bola – adoro reportagens sobre futebol. Fazem-me sentir como a personagem principal do “Processo” do Kafka mas como se ele tivesse bigode, palito na boca e vestisse só camisola interior. Este filme é tão mau que por comparação, as novas promos ao programa da SIC “Peso Pesado”, estão a ser confundidas com curtas metragens do Godard.
Que raio de ideia foi esta de se adaptar a história do Capuchinho Vermelho? Gostam de jovens indefesas que são perseguidas por vilões de dentes afiados? Então, fizessem um filme sobre a língua portuguesa, a de Camões, que tem de levar um “c” mudo à casa da avózinha mas um novo acordo ortográfico apanha-a numa floresta e viola-lhe as consoantes. Não era giro? Pois, mas a senhora realizadora de grandes clássicos do cinema como o “Twilight” achou que era melhor ideia mastigar uma história infantil e parva pondo-lhe um lobisomem, um padre e um triângulo amoroso. Se ao menos me dessem a mim uma cesta com cogumelos da floresta, podia ser que eu não aguentasse as horas deste filme como se me estivessem a apontar números de telefone de prostitutas da área de Massamá nas costas com um x-acto. Querem ir ver isto? Força. Mas fiquem sabendo que este filme está a uma penetração de distância de ser pornografia. E da má. Daquela em que as pessoas são peludas e há demasiados planos das caras dos homens a terem prazer.

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Tuesday, April 12, 2011

"Isto É O Q?" #2.2

O segundo episódio da segunda série...

... conta a história de um horrendo crime.
Mas Rui Unas quer resolvê-lo. Mesmo que o dito crime tenha um assassino inesperado.

Saturday, April 09, 2011

Pão de Alho


Eu e a minha namorada fazemos 6 meses hoje.
Ela adora pão de alho.
Eu escrevi-lhe este texto.

"O pão de alho

O pão de alho tem dois ingredientes essenciais. Não são segredo - porque quem o baptizou não permitiu - mas são fundamentais. Um pão sem alho não é metade do que podia ser e o alho sem o pão, não é o prato que deseja ser. O pão é comum, popular e, muitas vezes, desvalorizado. É tomado por garantido. Já o alho é um caso especial mas subvalorizado. Está sempre por lá, fala-se dele e sabe-se quem é, mas raramente se pára para lhe dar a devida atenção. E eles souberam fazer isso, um pelo outro. São conhecidos por todos, usados por todos mas é quando se juntam, pingando manteiga quente por onde passam, que se vê e sente o prazer de se unirem. Só um olhar já aquece os dedos, molha a boca e solta o espírito. O pão de alho não nasceu para ser feito, e até demorou a ser cozinhado, mas assim que é preparado já não pode ser separado.
Ao pão, há quem o ache básico. Simples. Uma mera plataforma. A história, e os entendidos, discordam - o alho também. O pão esteve sempre lá, quando mais precisaram dele. Disponível, vida após vida. Forno após forno. Boca após boca. É verdade que o pão não é gourmet por si mas é um ingrediente que sempre soube marcar presença entre os grandes. A vê-los. A observá-los. A apoiá-los. Sempre nos bastidores do que eram orgias de palato de outras mesas de jantar. É versátil e volátil. É trabalhador. É permissivo mas saboroso. Sabe quando é o seu tempo. E o seu grande trunfo é servir tão bem sozinho como a acompanhar. É perfeito para quem só quer matar a fome ou saciar-se com gosto porque está bem com o pequeno-almoço, o almoço ou o jantar. E ai! de quem se esquecer da ceia. O pão é a estrela polar culinária que tomamos por garantida, que seguimos sem saber apreciar a sua luz.
Já o alho, é visto como um mero “acrescento”. É louco, um atiradiço que aloura com facilidade, que sofreu maus tratos sempre que ficou passado. Quer atenção, quando a pede e como a pede, e faz birra se não lha derem. Foi atirado, esquecido, usado por tanta mão inexperiente. O alho só quer dar sabor. Realçar o que há de bom nos outros. É único, especial e forte. Quando aparece, faz-se notar. Quer agradar e gosta que o saboreiem com veemência, prazer e tempo. É um profissional do afecto e do carinho ao palato e gosta de se sentir importante.
Foi no pão que encontrou o seu propósito.
No prato que se designa, falta apenas a salsa e a manteiga porque o pão e o alho não são exigentes mas gostam de estar completos. Lutam por isso. A manteiga não é mais do que um amor que os une. Sim, porque o pão e o alho precisam desse abraço para se agarrarem. Aconchega-se com ele, deixando-se levar sem luta. Calmos. A salsa, salpicada por cima da manteiga, dá acção ao que parecia monótono, monocórdico e monocromático. Salpica-se, surumbica-se, provoca e mexerica. Dá movimento e, se na medida certa, nem se dá por ela. É natural. Necessária e discreta.  
O pão e o alho, sozinhos, podem não ter mudado a história da culinária mas é quando se juntam que merecem um lugar nos menus e nos livros de culinária. É só pôr-lhes a língua em cima. Estão perfeitos um com o outro. Podem abusar um do outro,  falhar ocasionalmente nas quantidades e/ou no uso, mas acabam inevitavelmente por se dar bem. Por gostar um  do outro. Não há sabor como o deles.
Sorvem-no como entrada os comilões, que não sabendo como vão ficar satisfeitos depois de o comerem, são garganeiros e querem saltar logo para outra. Parvos. Mas o pão de alho não se importa. O pão e o alho continuam abraçados, quentinhos, no conforto da louça de cozinha.
Comem-no com cuidado os epicuristas gulosos. Puxam por dele. Deliciam-se, dando-lhe um nome e uma fama. São poucos os que o sabem apreciar mas o pão de alho não se importa de ser ignorado. Está lá para si, não está para os outros. O pão já habituado a ser o conforto da larica dos outros, o alho já satisfeito de ter alegrado o refogado dos outros. Têm tempo um para o outro.
Desejam-nos os conhecedores, pois não é comum sonhar-se, desejar-se e lutar-se por um. É uma “entrada”, um “couvert”, um “aperitivo”. Idiotas, os que o desvalorizam. Os espertos, os verdadeiros degustadores, sabem como procurá-lo e fazem dum prazer muito seu o facto de o encontrarem. Ele costuma estar por aí. Feliz e completo na sua companhia. Não faz por ser notado porque está onde quer estar.
Quem o morde sabe o bem que sabe. É algo nunca antes provado, com o alho a saber aproveitar-se do espaço e da disponibilidade do pão, e o pão a pavonear-se de ter o alho consigo.
O pão de alho não é um prato original, de fazer parar o trânsito da gastronomia, mas é sempre das misturas mais inesperadas que saem as coisas mais óbvias. À primeira vista, o pão de alho pode pecar por parecer um caminho normal mas é um casamento que nunca desapontará. Se o pão e o alho continuarem a tirar o melhor um do outro, nunca deixarão de fazer do forno, um mundo só seu.

O alho era do que o pão mais precisava.
O pão conseguiu dar sentido ao alho.
Uma dentada, por sua vez.
Um prato de cada vez."

Friday, April 08, 2011

Pedido de ajuda externa português foi feito com número musical

O LUÍS A QUEM SÓCRATES PERGUNTOU
SE ESTAVA "TUDO BEM" É o COREóGRAFO
GUITO/GF – Fonte próxima do nosso ex-pré-Primeiro-Ministro – que não nos pode especificar o que fazia porque estava a conduzir o carro oficial de José Sócrates, como faz todos os dias – garantiu-nos que o pedido de ajuda externa português feito em Bruxelas foi apresentado como um musical em 2 actos.
Segundo esta testemunha – que não nos pode dizer como se chamava porque estava constantemente a ser interrompido ao telefone por alguém que dizia “Carlos, larga o telefone e anda almoçar. Olha que fica frio.” – assistiu ao pedido na sede da União Europeia e descreveu todo o pedido/espectáculo. “Fui muita bonito. Eu gosto de festivais em que não se poupa no fogo-de-artifício, percebe? O número custou a arrancar mas depois a cena começou com o Sócrates e o Passos Coelho, de braço dado, a cantar e a dançar o Money Makes The World Goes Around do musical Cabaret. Passos desafinou numas notas mas Sócrates conseguiu abafar com os seus movimentos de anca.” O pedido fechou depois com um número a solo de Cavaco, que terá entoado, durante 7 horas e meia sem parar – até Bruxelas consentir em enviar o FMI – o tema “I Need A Dollar” de Aloe Blacc, que Cavaco terá adaptado para “I Need A Dollar, a Euro or a Yuan, I’m Not Picky”.



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"Não, Não & Não" #2

Já está online o 2º episódio do "Não, Não & Não".
Bem como todos os sketch's que contém, separados e embalados hermeticamente - porque toda a gente sabe que o sketch guardado ao ar fica sem sabor.

Também já temos página no Facebook.
Há fotos de bastidores, todos os clips e um mural inteiro onde nos podem insultar, dizer que não temos talento e chamar coisas às nossas mães. Elas estão avisadas.

Neste episódio, eu o Daniel e o Pedro continuamos a conhecer-nos.
E a aparvalhar. Temos uma operação STOP sui generis, os pobres do futuro, shushi e pessoas nas profissões erradas.
Já sabem, todas as terças, no Canal Q, às 22.30h. E depois no Facebook acima mencionado.

Thursday, April 07, 2011

Quente. Morno. Frio. Gelado.

A casa de banho é um lugar sagrado, não é meramente o quarto onde lavamos as mãos antes das refeições. (A propósito, uma senhora perguntou-me porque é que os homens só têm pressa de ir lavar as mãos quando se anuncia que o jantar já está na mesa.)

"Depois de chegarem a casa", disse esta senhora, "têm todo o tempo e mais algum para se arranjarem para o jantar. Mas sentam-se a ler o jornal da tarde, entretêm-se com o rádio ou põem-se a fumar um cigarro, de pé, no meio da sala, à espera de que alguém diga: "O jantar está pronto." Nessa altura, respondem: "Vou já para baixo", correm escadas acima para a casa de banho e ficam por lá a chapinhar com a água, a mexer no sabão e nas toalhas, durante tanto tempo que uma pessoa pensa que eles estão a lavar a roupa toda da semana. E enquanto isso a sopa fica gelada."

E eu, também por acaso, queria saber porque é que na gíria das donas de casa tudo fica "gelado" quando a culpa é do homem. Quando a culpa é de outra pessoa qualquer, a comida apenas fica "fria", mas quando é do homem, fica sempre "gelada".

- Robert Benchley na crónica "Imaginação na Casa de Banho" do livro "Wit".

Wednesday, April 06, 2011

Crise? Que crise?

O senhor chama-se Timothy Bancroft-Hinchey.
É jornalista, colunista, "editor" da versão inglesa e "director and chief" da versão portuguesa do jornal Russo "Pravda" (que quer dizer "Verdade").
Neste artigo de opinião escreve sobre Portugal. Sobre a nossa crise. A nossa identidade. E sobre o nosso futuro.

Se eu concordo com ele?
Demais.

"Portugal - Crisis, what crisis?
After Prime Minister José Sócrates presented his resignation to President Anibal Silva on Wednesday, the Portuguese mass media indicates a new legislative election at the end of May. However, this is not the only option open to the President. After decades of mismanagement, reality slams Portugal square in the face. What happens now?

If you build a house of cardboard on the sand and without solid foundations, then throw away the few stones anchoring the structure to the ground, it is natural that it will collapse with the first gust of wind, the first drops of rain, the slightest pressure from within. Quite how Portugal's cardboard house survived the 37 years since the 1974 Revolution is maybe a comment on the resilience of this people who seem to perform miracles getting things done with last-minute panic measures. In Portuguese it is called "desenrascar" (get out of trouble, somehow). This time, however, not even Houdini would escape.

Today, reality strikes Portugal and the Portuguese square in the face. Quite whose fault it is, is patently obvious: for a start, those political forces in positions of control since 1974 (namely the PSD - Social Democrats and PS - Socialist Party, both centre-right these days, sometimes in coalition with CDS-PP - Christian Democrats - Conservatives) and principally, the team of then Prime Minister and now President, Aníbal Silva, through whose hands billions and billions poured and who demonstrated neither the capacity nor the vision to invest that money adequately to make sure Portugal rose to the challenge.

Whether or not it was entirely his fault is another question. Was Portugal really prepared to enter the European Community back in 1986? Was Portugal really prepared to enter the Eurozone in 1999? Was Portugal ready to face the challenges imposed by the Convergence Criteria in the ensuing years? Does the EU actually work?

Over the years, successive Portuguese Governments received rivers of money which, it is now patently obvious, was abominably badly managed. EU membership saw the cities receive a facelift and in a few years bridged the decades which had separated Portugal from the rest of Europe. Thirty years ago, the Portuguese would describe themselves as "fifty years behind". Today, Lisbon is a modern capital city with as many modern facilities, or more, than its peers.

But the same Governments sold Portuguese industry down the river, destroyed Portuguese agriculture and lost fishing rights. Portugal, with one of the largest Exclusive Economic Zones in the world, has not taken advantage of its resources, mainly because they have been sold off... or simply lost. It is therefore hardly surprising that the young people of today feel there are no jobs to go to.

They are right. They have been destroyed. (...)"

Continuem a ler aqui.

"Isto É O Q?" #2.1

O "Isto É O Q?" está de volta.

Depois de um ameaço do Unas, que se ia embora para sempre, eis o regresso triunfante. Ou não.
Este é o 1º episódio da 2ª temporada. Sim, nós também temos disso. Temporadas. Não é só o "Conta-me Como Foi", o "Biggest Loser" ou as pessoas que vão de férias para a Quarteira e depois dizem que tiveram lá "uma temporada muito agradável".

E neste episódio, Unas entra logo a pés juntos.
Despede uma pessoa, institui um sistema de escola e vende cremes vaginais.
Exactamente por esta ordem.

Sunday, April 03, 2011

Linguagem

Eu odeio dar erros ortográficos.
Odeio.

Mas dou-os. E isso não tem desculpa, por muito que eu os odeie.
Só faz de mim uma daquelas mulheres que apanha do marido e depois diz que "sabe que ele a ama". Ela sabe. Ele não faz por mal.

Eu vivo de palavras. De frases. De sonoridades. De verborreias. De sentidos. De mensagens.
Eu tenho de aprender a dançar com as palavras. A tratá-las por tu. A saboreá-las. Não posso continuar a ser o namorado desatento, despreocupado e desleixado que quando se esquece de uma data dá dois beijos, diz que a ama e depois deixa andar. Não posso.

Não faz sentido um argumentista, um humorísta e um cidadão adulto e culto não saber falar. Não saber escrever. Raios, eu respondi à pergunta 14 do Census 2011 a dizer que sim. Não quero que seja mentira.

Nas palavras de Stephen Fry, há que saber usar as palavras.

Saturday, April 02, 2011

Buraco nas contas públicas servirá para construir centro comercial

A-HOLE/GF – O INE (Instituto Nacional de Estatística) revelou hoje que o buraco das contas públicas é maior do que José Sócrates tinha anunciado inicialmente. O valor em euros do espaço aumentou assim significativamente, já estando planeado um centro comercial para o local.
“O buraco é muito maior do que nós tínhamos imaginado. Uma fossa de 8.6% dá para quase 8 subpisos de estacionamento e uma área onde cabem, sem esforço, milhares de lojas de roupa, uma zona de alimentação e quem sabe, uns buraquitos de Golf, já que agora está tão barato.” disse Joel Noémio, arquitecto do projecto. Depois de se certificarem que ninguém tinha caído lá dentro, a obra para a construção do centro comercial foi adjudicada e deverá começar ainda antes do Verão, “isto se o FMI não entrar em Portugal e tapar o dito, claro”. O maior accionista deste projecto é o BPN, já que terá contribuído largamente para o buraco em questão. Quando inquirido sobre o buraco, José Sócrates apenas comentou “Que é que tem? Dá as duas melhores ao Presidente e segue-se o jogo de cartas, pá.”



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Friday, April 01, 2011

Trabalhadores da CP anunciam um dia em que vão trabalhar

(DES)GREVE/GF – O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) informou hoje por comunicado que os seus trabalhadores irão trabalhar um dia “e apenas um dia”, em breve. Surpreendendo tudo e todos, os trabalhadores da CP vão assim estar a operar das 00:00 de dia 8 de Maio às 00:00 de 9 de Maio. De 2014.
“Estava na hora de tomar uma atitude. Estamos fartos que o patronato nos trate como trabalhadores decentes, aceitando greves e protestos. Vamos trabalhar um dia e vamos fazê-lo com consciência!” disse Ricardo Gomes, um maquinista que não entra num comboio desde Setembro. Os trabalhadores reclamam assim, trabalhando um dia, um bocadinho de piores condições. “Há quem tenha contrato de trabalho, aqui. Quem até receba subsídios de férias e afins. Já para não falar de senhas para o almoço, que é bem bom. Alguém tem de reparar nisto!”. Não gritando palavras de ordem, nem fazendo esperas aos patrões, o sindicato de trabalhadores da CP já prometeu que vai pôr os comboios a andar. Os utentes já demonstraram o seu desagrado por este dia de funcionamento da CP já que o barulho das carruagens e as paragens nas passagens de nível lhes causam um enorme transtorno.



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