Saturday, August 27, 2011

Underdog

Num jogo entre o Barcelona e o FCPorto? Estou pelo furacão Irene.

gui

Tuesday, August 23, 2011

Verdade absoluta #100

Chegámos à última semana de Agosto.
Que deveria chamar-se "a última semana de t-shirts lavadas".

(Nem acredito que já escrevi 100 Verdades Absolutas. Depois do Murphy haverá a Lei de Gui.)

gui

C/Kapital

Por momentos não percebi se a notícia era sobre a Líbia ou as discotecas lisboetas.
A legenda só dizia "rebeldes já controlam a capital".

Verdade Absoluta #99

Fico sempre sem gasolina no carro e bateria no telemóvel ao mesmo tempo.
Ainda bem que não tenho um pacemaker.

gui

Sunday, August 21, 2011

ÚLTIMA HORA

Novo Top 3 dos maiores perigos para a Humanidade:

-doenças infecciosas;
- catástrofes naturais;
- Palcos de concertos.

3 - 2

Isto é típico dos brasileiros. Há anos que as mulheres de lá nos deixam acordados a noite toda para no fim nos ficarem com tudo...

gui

Saturday, August 20, 2011

Simile

O que é que o Aeroporto e o IPO têm em comum? Terminais.

Friday, August 19, 2011

Fringe

Aos católicos dizem-lhes que quando morrerem - e depois de se portarem bem, claro - que vão para o paraíso, um sítio onde toda a família deles que já morreu lá está à espera, de braços abertos.

Aos muçulmanos dizem-lhes que quando morrem - e depois de se portarem mal, claro - que vão para o paraíso, um sítio onde todas as virgens que eles quiserem lá estão à espera, de pernas abertas.

Aos comediantes não dizem nada sobre o momento em que eles morrem. Mas eles também têm um paraíso. Chama-se Fringe, dura todo o mês de Agosto, é em Edimburgo e tem milhares de espectáculos de comédia à espera deles, de portas abertas.

Este ano eu fui. Não bebi uma cerveja aqui. Não vi um filme no cinema ali. Escrevi que me matei por - e para - todo o lado e lá fui eu gastar o dinheiro poupado na Escócia. E valeu cada pence.

Com 1400 espectáculos diários não se pode dizer que "não se sabe bem o que se vai fazer hoje". Sabe-se. Só não se tem a certeza de onde e ver quem, na verdade. Há demasiados tipos de espectáculos, em demasiados sítios diferentes. Edimburgo é pequena e rebenta pelas costuras de pessoas, eventos e mini-saias vestidas por Inglesas durante Agosto. Há dezenas de pessoas a forçarem-nos panfletos para a mão, a convencerem-nos de espectáculos que vamos perder e não devíamos. Escadarias e paredes perdem a cor original de tão tapadas que estão de posteres e cartazes. E depois há as salas. Eu vi espectáculos em salas de conferências para 600 pessoas, bares para 80, salas de aula para 60, caves para 30, arrecadações para 15 e o interior de uma ponte para 100. Mesmo.

Edimburgo é uma espécie de orgia constante. A qualquer momento uma pessoa pode entrar num bar ou abrir uma porta e estar dentro de um espectáculo de comédia, música, magia, teatro ou dança. Há de tudo. Em, literalmente, todo o lado. Gosto de pensar que estive em Edimburgo a ver espectáculos e que pelo meio tive de ir parando para comer, apanhar chuva e beber copos em discotecas repletas de pessoas que precisavam de estar dentro de discotecas. Quando eu digo que há espectáculos por todo o lado, podem ser marinheiros a dançar Riverdance, bêbados, ou inglesas a dançarem só de sutiã vestido. Acontece quando os britânicos bebem demais. Nós agradecemos.

Estive por lá 4 dias, de Domingo a Quinta, e tinha como objectivo comer, dormir e ver stand-up comedy. Consegui. Mesmo que não quisesse ir ser difícil. Há espectáculos de 16 libras a 0. Sim, 0. O espectador entra na sala, vê o espectáculo e no fim decide se quer dar umas moedas ao artista ou sair da sala envergonhado e viver com a culpa para sempre. Acho que ainda não disse isto mas... há de tudo.

Vi espectáculos caros de grandes estrelas. Vi artistas que nunca tinha ouvido falar. Vi stand-up grátis que adorei. Vi magia, mímica cómica, música e críticas a notícias. Até vi um evento privado no qual apenas se entrava de palavra passe. Basicamente, aproximei-me de uma porta e tive de dizer a um jovem - que não desfez até ao momento final - "i promise i will not have a boner". E ele deixou-me entrar. Deixo o mistério se depois tive ou não.

O ambiente é óptimo e respira-se boa onda e comédia entre cada golo de pint. Fiquem sabendo que maior parte dos artistas espera no final do espectáculo à porta da sala, para agradecer e apertar a mão aos espectadores. Conheci o Dave Gorman, que me assinou um dvd e me disse que "Guilherme" não era assim tão difícil de dizer, e o Tom Green. Sim, o americano. Que passou pelo meu grupo e perguntou - de forma estranha e 4 vezes seguidas - "Are you cool? Everything ok?". Foi estranho. Mas era o Tom Green.

Espero que a lista de artistas, aqui por ordem cronológica, diga tudo:
- Caroline Maybe's One Minute Silence
- Markus Birdman Dreaming
- Stand Up Late
- Dan Willis RadioHead
- Dan Willis Inspired
- The Boy With Tape on His Face
- AAA Stand-up Late
- Todd Barry: American Hot
- Sammy J and Randy: Ricketts Lane
- Ed Byrne: Crowd Pleaser
- Midnight Laughzzzz
- Jimmy McGhie: Artificial Intelligence
- The Free Daily Topical Show
- Dave Gorman's Power Point Presentation
- Barry & Stuart: the Show
- Barry & Sturat: the Tell
- Sammy J: private event recording

...e em 90 horas de festival.
Uns foram maravilhosos. Outros bons. Outros surpreendentes. Alguns... interessantes.
Mas nenhum me tirou a vontade de, para o ano, morrer outra vez e ressuscitar uns dias depois.

Sei que tenho um paraíso à espera.

Saturday, August 13, 2011

Não sou eu, és tu

O Facebook está-me a sugerir ser fã da JSD de Benavente. Agora sim, percebo o sucesso do Google+.

gui

Verdade absoluta #98

Por alguma razão, na minha vida as propostas de trabalho são como as mamas. Vêm aos pares e são apetitosas.

gui

Friday, August 12, 2011

Redes (indis)sociais

Foi criada uma rede social para doentes com cancro. Chama-se Baldbook? Goodbye5? Ou Chemo+?

gui

London Bridge Is Falling Down

Estes tumultos estão alastrar-se a mais territórios Ingleses. Temo agora por Vilamoura.

gui

Dominick Strauss Kan't

Num Hotel em Cascais fui acordado por empregadas de limpeza portuguesas e percebi que se o Strauss Khan fizesse cá ferias, não tinha tido problemas.

gui

Verdade absoluta #97

Sair à noite no Algarve é exactamente o inverso de estar em prisão domiciliária: quem não tem pulseira não vai a lado nenhum.

gui

Verdade absoluta #96

Sabes que é Verão quando jantas segundo o fuso horário de Los Angeles.

gui

Tuesday, August 02, 2011

2012

Israel. Rússia. Irlanda do Norte. Azerbeijão. Claramente, Portugal calhou no grupo dos "países com conflitos armados".

gui

Monday, August 01, 2011

Crónica de um salto anunciado

"Não há qualquer razão para um ser humano saltar de um avião" diziam-me antes de eu ir saltar de um avião. Eu achava que havia várias mas nenhuma sem o avião estar a arder ou estando-se em tempo de guerra.
Não obstante. Eu saltei.

Andei o mês todo do meu aniversário a pedinchar essa coisa suicida e a minha família e namorada compraram-me a experiência. Não é querido? A ideia de que as pessoas que mais gostam de nós gastaram dinheiro para que nos atirem de um avião a 4200 metros de altitude? Eu ter pedido não é desculpa.

O trajecto até Évora foi feito com piadas sobre morte, música dos Mamonas Assassinas e mais piadas sobre morte. Pelo meio perguntamo-nos o que queríamos ter feito em vida que não fizemos. Respondi "sexo com duas mulheres". O que me deixou a pensar "ora aí está uma experiência a que A Vida É Bela se podia dedicar. Mas não. Só saltinhos de aviões e passeios de limusina. Palhaços."

Chegados ao local, a ansiedade começa a percorrer o nosso corpo mais depressa do que um shot de tequilha às 3h da manhã. Não que a ansiedade nos faça andar pela rua sem calças mas porque a dois quilómetros de distância de chegares ao hangar onde vais pagar para saltar já vês um aviãozinho lá em cima no ar a cuspir pessoas pequenininhas. Aquilo vais ser tu. 5 minutos depois chegas ao hangar e quem é a primeira pessoa que vês à porta? Um homem de cadeira de rodas. Recomeçam as piadas sobre a morte.

Chega a altura de o hangar imitar uma repartição de finanças e teres de preencher 57 formulários com os teus dados. Entregas a papelada a uma mulher demasiado bem disposta e apercebes-te que te dizem "preencha os papeis com calma. Tenha calma. Não há problema. Tenha calma" a cada duas frases. Mas ela acha que as pessoas têm medo de saltar de um avião ou de escrever a sua morada e número de BI a caneta azul?

Preenches tudo, entregas, tentam vender-te saltos mais altos, fotografias, vídeos e/ou pára-quedas suplentes por mais 120 euros com 73% de desconto sobre os decibeis dos teus gritos quando saltares. Numa salganhada de preços e promoções que parecem a feira da ladra, o avião que te vai cuspir aterra atrás de ti. Vestes um conjunto de arneses que te fazem sentir 159 quilos mais pesado - deve ser para chegares cá a baixo mais depressa - e começas a dar atenção ao pormenores mais pequenos. Apertar os sapatos. Bem. Tirar o relógio. É melhor. Aconchegar os testículos na engenhosa e medieval peça de roupa que tens vestida. Como nunca antes o tinha feito.

Chegas ao avião. Começas a perceber que as pessoas à tua volta estão a duvidar da sua sanidade mental. E tu começas a duvidar da tua porque não começas a duvidar da tua. Parece complicado mas faz sentido. Dão-te 17 minutos de instruções de sobrevivência em 3 minutos. Tentas decorar tudo como um puto de apontamentos na mão à porta de um exame. Asseguram-te que "lá em cima" te repetem tudo. Aconchegas os testículos. Entras no avião. Vais saltar e acabou.

Descolas. Suas. Aconchegas. Sorris de forma amarela. Suas. Respiras fundo. E recebes novamente as instruções. Por motivos de ordem mágica decoras tudo. Se a tua vida dependesse de um teorema de Pitágoras tinha-lo decorado antes do exame do 7º ano. Garanto. Apertado dentro de um avião com outras 12 pessoas prestes a apontarem a sua testa ao centro da terra, perguntas a que altitude estás. Não tens noção. É algo entre "bué" e "alto pa' caralho". Respondem-te 1000 metros. Sabes que vais saltar aos 4200. Suas. Aconchegas. Sorris de forma amarela.

E de repente chega a tua vez. Já viste 12 macacos a desaparecerem, sugados por uma porta de avião. Chlump. Não há um senhor de voz grossa a gritar "go, go, go!" como nos filmes. Há gente eléctrica porque já saltou 7000 vezes e gente a suar como um obeso mórbido num clube de strip sem ar condicionado porque nunca saltou. Chlump. Mais um. Chlump. Outro. Chlump. Saltou outro. E é a tua vez. Aproximas-te da porta. Olhas lá para baixo e pensas "ah, é daqui que o Google Maps tira as fotos". Ficas suspenso a 4200 metros de altura e tão depressa como pensas "que bem que eu estava agora no meu sof..." começas a cair. Em direcção ao planeta.

E é espectacular. Mágico. Frenético. Calmo. Mórbido. Sexual. Diferente. Estúpido. E único. É a sensação mais completa, calma e injustificada que alguma vez terás na tua vida. Se pensarem que passam 98% da vossa vida com a gravidade controlada em cima de terreno sólido, não soará estranho que 60 segundos a cair - perdão, a morrer - em queda livre, sem explicação, razão ou grito que vos valha, se sinta no sangue. E é maravilhoso. Em todo o sentido saboroso da palavra. Olhas para a frente e vês o pôr-do-sol. Olhas para baixo e vês risquinhos bem traçados no chão onde um homem diz que acaba o seu quintal e começa o do seu vizinho. Vês terra. Muita terra. Sentes o vento pelo corpo todo. Mas só isso. Vento. Continuas a cair. E a este ponto só queres continuar a cair. Pode ser que acertes numa piscina e não precises do pára-quedas ou assim.

E quando o teu corpo já vai a 200 km/h, de repente e sem aviso, os teus pés aparecem-te no campo de visão. Abriram o pára-quedas. Reduziste para uns 60 km/h, mais coisa menos coisa. Sentes todo e qualquer arnês espalhado pelo teu corpo a apertar. Agradeces a ti próprio teres aconchegado os teus testículos 736 vezes antes e durante o voo. Sugerem-te que conduzas tu o pára-quedas. Dizes que sim já que a este ponto uma luta homem a homem com um TGV parece-te boa ideia. A sobrevivência é uma coisa simples e divertida que, mesmo sem sabermos, gostamos de desafiar. E quando estás a pairar, a não sei quantos metros de altura, pequenino para todos os outros pacóvios que estão agora a chegar de carro para saltarem depois de ti, pendurado por um pára-quedas, a olhar para o horizonte, para o pôr-do-sol... percebes que qualquer coisa mudou.

Quando a pior coisa que te tinha acontecido na vida tinha sido cair de um quarto degrau de um escadote, passar por isto muda uma pessoa. E mesmo que soe, isto não é conversa delico-doce. Muda mesmo. Aqueles 60 segundos são melhores que os 120 de quando perdeste a virgindade ou aqueles 4 de quando ias levando com um autocarro descontrolado numa auto-estrada. Aqueles 60 segundos a cair são teus. Para sempre.

E assim sendo, aterras.
Estás novamente a obedecer à gravidade.
Tentas desentupir os teus ouvidos.
Aconchegaste mais uma vez lá em baixo.
Preparas-te para tentar explicar a todas as outras pessoas na tua vida o que acabaste de fazer.
E percebes que não há qualquer razão para um ser humano querer saltar de um avião.

Mas que tu o queres fazer outra vez.