“Despojos De Inverno” – …é só isso que este filme é
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a ser pregado a um cartaz de campanha do PNR por cronistas sociais de canais generalistas, isto tudo no meio do palco do “Portugal Tem Talento”, enquanto estou rodeado por concorrentes do “Biggest Loser” que me usam como passadeira de ginásio, à vez. Se eu apreciasse e visse filmes como vocês, espectadores “normais”, discutia explosões e decotes em casas de banho de centros comerciais, de pila na mão e pipocas no bucho. Se eu fosse um crítico cinematográfico como aqueles que vocês lêem nos jornais, aproveitava o título do filme, fazia uma bela metáfora com a história da formiga e da cigarra, revelando que a “profundidade deste filme está nos despojos emocionais que recolhemos ao longo da nossa vida” e depois ia para casa masturbar-me ao som de fado corridinho. Só depois cortava um pulso. Como sou um apreciador correcto, de cinema verdadeiro, digo-vos apenas que “Despojos De Inverno” me provocou mais azia que o Dia dos Namorados.
Ouçam, os americanos não sabem fazer drama porque não sabem estar tristes. Quando ficam deprimidos, tomam comprimidos. Ou compram uma arma e visitam uma escola secundária para praticar tiro ao alvo. Se fosse um filme sobre bater em povos de terceiro mundo, ou sobre comer, os americanos seriam perfeitos. Para fazer chorar, são tão capazes como o Berlusconi é em manter o órgão sexual dentro das calças. E isto tudo em mais um filme sobre droga. Não chega? Já há tanta droga na cinematografia mundial como no sangue do José Carlos Pereira. Chega. Se ao menos a história da filha que persegue o pai estivesse bem explorada, mas não. Lá anda a menina labrega a correr pelo meio dos bosques quando, se calhar, bastava ir ver a última actualização no Facebook do paizinho. Querem mesmo ver este filme? Façam-no, então. Mas antes procurem um dealer, como o pai da protagonista, comprem-lhe produto, injectem entre dois dedos dos pés, deixem a moca bater, assaltem uma bomba de gasolina, violem uma ovelha num beco escuro, espanquem um Polícia à porta de uma esquadra, gastem todo o vosso dinheiro em prostituição infantil e depois sim, entre na sala de cinema para ver isto. Só dessa maneira, estes 100 minutos serão algo de bom na vossa vida.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, February 17, 2011
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment