“127 Horas” – …é a duração que o filme parece ter
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar drogado depois ter snifado cola UHU fora de prazo, enquanto estou preso num saco para cadáveres, dentro da mala do carro do Toy e este conduz com os pés, a 300km/h, por cima de todas as lombas de Linda-a-Velha. Isto tudo, obviamente, durante 127 horas seguidas. O que se faz durante 127 Horas? Em Portugal, espera-se numa Loja do Cidadão. À conversar com o Eusébio, demora-se a perceber o que ele está a dizer. Na cama do Sting, faz-se sexo. 127 horas são 5 dias e picos. É exactamente o tempo que eu preciso para recuperar a consciência sempre que vejo a capa do Correio da Manhã, sem querer, num quiosque. Não é, nem nunca será, o tempo durante o qual eu quero ver um perito em escalada a ouvir o seu próprio eco. E um homem que fica preso numa pedra é um filme? Já estou a ver mais sequelas centradas noutras personagens retidas contra a sua vontade: “Preso no trânsito”! “O elevador parou”! “À conversa com a minha porteira quando estou atrasado para trabalhar”! A escalada só serve para pôr crianças a temerem pela sua vida durante férias de verão. A sério. Expliquei isto durante anos aos meus pais mas eles não acreditaram em mim. Pelos visto Hollywood é gerida pelos meus progenitores.
Mas cá temos “127 Horas”, um drama regado com suspense. Porquê? Porque nos faz chorar de termos perdido o nosso dinheiro depois de nos fazer acreditar que o projector talvez falhe e possamos ir para casa mais cedo. O problema é que só podemos ir para casa depois do coitadito cortar o próprio braço. Esta ideia está mal aproveitada. O filme teria muito mais sucesso se ele tivesse cortado não o braço mas a língua, e logo no primeiro minuto de filme. “Auto-mutilações” são coisas que gostamos de ver no “Portugal Tem Talento” e que esperamos ver em sessões parlamentares. Não é algo que gostemos de ver montanheiros a praticar. Até porque esses praticar é mais sexo com ovelhas. São outras coisas que eles gostam de entalar. Vão ver o filme, se fazem questão. Não vos vou entalar um dedo numa porta para vos impedir. No entanto, tenham noção que no final do filme, é isso que vão ter vontade de fazer.
AVISO: vários espectadores desmaiaram ao ver este filme. Eu tenho de confessar que também. Não por causa da violência do mesmo mas porque enfardar pipocas de centro comercial sentado ao lado de pessoas cuja higiene pessoal é feita apenas e só em dias de contratações do Sporting, dá mau resultado.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, February 24, 2011
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