Eu sei que vocês gostam do lado sádico.
Doloroso.
Destrutivo.
...dos meus desafios semanais.
Mas eu não quero morrer disto. E o principal objectivo destes devaneios era abanar os meus vícios e destruir os meus tiques, manias e obsessões. Queria pegar naquilo que tinha, tirar e ver o que acontecia. Depois vinha relatar, com todo o entretenimento e sadismo inerentes à coisa.
Por isso, com muita pena minha, esta semana não voltarei a humilhar-me, massacrar-me ou abster-me de nada. Pelo contrário, vou forçar-me a mexer este cú. Se faz bem tirar o que nos faz mal, também faz bem forçar o que nos faz bem. É verdade que tenho emprego a escrever humor mas são coisas que me mandam fazer. Faço-as com muito prazer mas respondo a um responsável.
No meu stand-up não o fazia. Neste blog, não o faço. No livro que ando a escrever, ainda menos. E por muito que ame o meu trabalho, não quero deixar de ter projectos pessoais e intransmissíveis. Apesar de jogar no Real Madrid, gosto de dar uns toques em casa. Acho que são estes pequenos projectos que me mantêm alerta, vivo e com personalidade na escrita. São estas idas ao ginásio que me fazem ter reflexos e estamina quando é preciso entrar em campo. Por isso, esta semana vou forçar-me a acabar o que comecei sozinho, em casa.
Há cerca de um ano tive uma ideia para um livro. Achei-a óptima. Discuti-a, pensei-a, investiguei e comecei a escrevê-lo. E no início dá-se o chamado "tesão do mijo". A toda a hora se escreve. Acredita-se na ideia. Quer-se que ela acabe depressa. Queria vê-la acabada. Ter esse orgulho. Esse bebé. Mas ela começa a ganhar corpo, tamanho, o tempo passa e o velocímetro começa a baixar. Um ano depois tenho 70 páginas escritas, quase 40 por escrever, e a certeza que o livro tem tudo para vender que nem uma pulseira power Balance mas escrevo-o cada vez menos. Fui deixando por preguiça. Porque estava a dar trabalho.
Assim sendo, quero acabá-lo. Não quero parar de cortejá-lo.
Não quero deixar o projecto a meio só porque sou preguiçoso, caraças.
Sou teimoso, competitivo e orgulhoso. E por isso nos próximos 7 dias, pelo menos uma hora por dia, estou obrigado a escrever.
Quero.
Porque ainda o vou ver a marinar em prateleiras de livrarias ainda este ano.
Monday, February 07, 2011
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