É verdade, amigos, fui ver o Cloverfield!
Há coisas obrigatórias na vida de um ser humano e ir ver o filme mais badalado do momento está na lista entre ter filhos e contar uma anedota porca aos avós num domingo...
O que achei do filme? Deixem-me dividir a minha linha de pensamento em 3 secções. O caracter técnico, a história e o que mais me vier a cabeça. E não, não vos vou estragar nada do filme, leiam à vontade...
A verdade das verdades é que este filme trouxe ao cinema algo que, embora já existisse, não tinha sido feito desta maneira. O marketing e o build-up criado antes da estreia fazem do cinema uma nova experiência, que mexe com o espectador bem antes do filme estar numa sala de cinema. Não foi sem razão que a estreia do filme nos estados unidos fez deste filme a estreia mais rentável de sempre num janeiro. Desde momentum na net com posteres e nomes a videos uma semana antes da estreia de um petroleiro a desfazer-se em pleno oceano, os "prés" fizeram o seu trabalho.
Portanto, em termos de preliminares a coisa foi fantástica e já estamos "quentes" para a sessão propriamente dita. Aqui é que o acto se consuma!
Há várias maneiras de abordar este filme. Um espectador pode-se sentar na sala e estar a preparar os amigos inadvertidos que o JJ Abrams é um "g'anda maluco" mas há também a posição de estar sentado na cadeira e cruzar os braços à espera do monstro.
A questão aqui é que este filme tem especificidades narrativas e conceptuais que vão mexer com vocês. Eu não conheço o Rob, eu não conheço a Beth ou o coitadinho do Hub, mas estou a ver um video filmado por eles, para eles. Ok? É um home movie deles. A questão muda de figura quando um monstrinho com fome resolve dar-lhes pontapés nos prédios de manhattan. Aqui entra-se numa onda de "vou filmar isto para mostrar a quem quer que seja porque isto é de loucos"... "Se o JJ visse isto fazia já um filme...".
A estrutura home movie do filme leva-nos a uma ideia bastante boa que é a linha temporal do filme. A ideia da cassete é fantástica e dá ao fim do filme um poder gigantesco. Tecnicamente o filme é aprimorado o que mostra que não se brinca em serviço e que, sim esta forma é um estilo, mas não é um estilo descuidado. Desde os enquadramentos à fotografia a coisa é bem preparada e preparem-se para saltar, porque quando julgam que a câmara está solta ou perdida, não estão a levar asério o trabalho de quem manda ali... um aviso de quem é vosso amigo...
Podem encarar o filme de várias prespectivas. Se querem ver um filme de monstros desenganem-se porque é sobre pessoas que sobrevivem a monstros. Se querem ver carinhas larocas a correr com as anatomias aos saltos, podem ir ao cinema, mas olhem que vão ficar desapontados. Se querem ir ver um filme sobre sobrevivência, sobre um grupo de amigos que vê a sua festa (e cidade, pronto...) estragada por um monstro então têm o vosso filme.
Bem montado, com cortes na lamechice quando assim é preciso, fica um bom filme, uma boa hora e meia com sustos, momentos de tensão e acção bem construidos e bem filmados. Tem ocorrências narrativas que podem chatear alguns mas o objectivo é cumprido. JJ Abrams e companhia deram a Nova York o seu monster-movie, renovado e aprovado.
E se apanharem alguém que vos diga que "para ver o Blair Witch ou o Godzilla compro uma câmara e o dvd do filme" fiquem sabendo que ( e aqui a citação fica sem autor porque não me lembro) mais vale uma boa inovação que um mau original.
JJ Abrams e Matt Revees estão de parabéns pelo filme e os espectadores que me leiem estão convidados a ir ver um novo passo na vida do cinema.
Se gostaram da metáfora sexual a meio do texto, agora que acabou imaginem-me a fumar um cigarrinho...
hug,
gui
Friday, January 25, 2008
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