Thursday, March 04, 2010
Rafael vs "Alice"
Vem aí aquele que deve ser o pior fim-de-semana do ano para o Rafael.
O fim-de-semana dos óscares. Por isso, é provável que Tim Burton tenha apanhado por tabela. É apenas provável...
“Alice no País das Maravilhas” – …ou “espectador, no delírio de drogas duras”
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a ser júri do Festival da Canção, sentado em pilhas de livros do Nicholas Sparks, enquanto o Toy, o Pedro Abrunhosa e o José Cid me cantam, em falsete, os nomeados aos Óscares. Há semanas em que tudo corre bem. Para vocês é uma semana em que encontram trocos no fundo do sofá ou não falta o gás a meio do vosso banho. Para mim é uma semana em que Truffaut está a passar na Cinemateca e a estreia da semana é um flop maior que as escutas do Pinto da Costa na justiça. Mas depois há semanas em que tudo corre mal. Para vocês são os dias em que chove, batem de carro e ainda apanham a vossa namorada na cama com o vosso psiquiatra. Para mim, é a semana em que Tim-eu-não-me-quero-pentear-Burton estreia um filme e 3 dias depois acontecem os Óscares.
Uma coisa é o soturno e mórbido realizador com um amor platónico pelo Johnny-isto-não-é-falta-de-banho-é-um-look-Depp estrear mais uma estopada de duas horas de efeitos especiais. Outra é ter de levar com vestidos, discursos de agradecimento e felacios intelectuais de umas “estrelas” a outras. Em casas de alterne de Bragança há orgias de camionistas com brasileiras ilegais. No Kodac Center, este domingo, vai haver uma orgia de plásticas e de egos. É muito mais nojento. Muito menos moral. Muito menos ético. E está apenas um pequeno passo abaixo de ser como ver Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel a “debaterem” na televisão. E será que não leram o livro de Lewis Carroll? Foi escrito por um drogado, quando estava drogado e é para ser lido por drogados. Este filme só fazia o mínimo sentido estrear depois de legalizarem as drogas leves, amigos. No entanto, vale a pena ver no filme o trabalho do “gato sorridente”. A forma como se inspira em Santana Lopes na política para desaparecer e reaparecer, é algo notável.
Vai ser um fim-de-semana difícil de suportar. Tenho duas hipóteses de sobrevivência. Ou bato com a cabeça numa esquina de um móvel IKEA e espero só acordar na segunda… ou amarro-me a uma cadeira, tomo 17 sedativos, contracto 3 instrutores de Yoga, enrolo 14 cigarros do meu primo de Amesterdão e tento suportar este tsunami de sorrisos amarelos. Desejem-me sorte.
As seen on O Indesmentível.
Etiquetas:
cinema,
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