Thursday, August 27, 2009

Se é fã do Tarantino, por favor não se cruze com o Rafael Contra na rua

Rafael Contra, que escreve o Contra Picado n'O Indesmentível, é crítico de cinema.
Alguns odeiam-no. Outro querem matá-lo devagarinho.
A sensação que eu tenho depois de ler as críticas dele é que se há de facto um apocalipse a caminho da terra (seja no ano 2012 pelos Mayas, ou no ano X segundo os católicos), será causado, assistido e encorajado pelas palavras do Rafael.
Insultam-no, demonstram raiva, incompreensão e até confusão perante as suas palavras. Chegam mesmo ao ponto de fazer ao contrário do que ele diz. ("Felizmente não acreditei na tua crítica (honestamente achei estranho o facto de nunca falares bem de um filme… são todos péssimos) e vi o filme").
Hoje disseram-lhe "Desculpa, mas não tens credibilidade como crítico de cinema".
E porquê? Porque ele comentou o novo filme de Tarantino...
Aqui ficam com as palavras do Rafael:

“Inglorious Basterds”: Quando a guerra se transforma num videojogo barato

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de ter apanhado um escaldão no corpo todo e estar a tomar um duche em água fria, enquanto me fazem a depilação a cera quente, tudo numa banheira de petróleo, dentro da Mansão da Paris Hilton. Há uns meses, numa crítica ao cartaz do festival de Cannes, tive oportunidade de dar a minha opinião sobre Quentin Tarantino. Na altura categorizei-o como: “Um cineasta que têm bases para ser genial mas cinematografia para ser asqueroso com palavrões à mistura. A maior obra deste homem é ‘Pulp Fiction’, um filme medíocre que nunca teria visto a luz do dia se o montador não fosse disléxico e não tivesse trocado as cenas depois de uma ressaca mal curada.” Hoje parece-me óbvio que quando disse isto estava a ser simpático. Uma coisa é não gostar de realizadores menores e repetitivos que fazem cinema pipoca até deixar queimar.
Outra é ver um artista em estado puro, com “pezinhos” para ser o “melhor futebolista do mundo” que insiste em jogar “basquetebol”. É isso que Tarantino é. Um homem que, à semelhança dos grandes deuses do cinema da Nouvelle Vague, passou horas a ver cinema, a crescer e a conhecer, mas que ao invés de produzir arte, produz “videojogos” sem possibilidade de interacção. É isso que “Inglorious Basterds” é. Um jogo de vídeo em que o objectivo é acumular corpos de nazis, risos provocados por humor negro e fascínio por Tarantino. Sim, porque não se enganem. Tarantino sabe vender-se tão bem ao público como uma coelhinha da Playboy com um mamilo “acidentalmente” de fora. Não soubesse, não tinha uma legião de fãs que o persegue com a velocidade e QI de uma manada de zombies. Para se falar sobre a guerra em cinema de uma maneira digna, bela e artística, faz-se como em “Je vous salue, Sarajevo” de Jean-Luc Godard. Um filme belo e comovente que apenas sobre uma fotografia e ao som da narração de um texto edílico, poético e divinal de Godard, relata a dureza, a crueldade e a brutalidade da guerra. Choro sempre que vejo. Mesmo que esteja na presença de outras pessoas. Tarantino é apenas um insulto ao cinema, um poço de cultura andante que goza com quem o vê fazer cinema. É como uma criança que sabe que faz asneira quando esborrata as paredes com terra, mas não se inibe de continuar a sua “jardinagem de interiores”. Tarantino não faz cinema, cria jogos de vídeo e nem comandos distribui pelos espectadores.



Eu não avisei...?

1 comment:

Fátima said...

tás a ver que eu não sou a única :P se bem que o rafael não conta, ahaha.