Rafael Contra pegou na estreia desta semana e fez das suas...
Não me responsabilizo.
“A B C da Sedução” – Um filme que apenas é original na forma como seduz, corteja e engravida do “machismo”
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a arrumar carros na João XXI, drunfado em ácidos potentes da Eslovénia, enquanto ouvia a Carolina Patrocínio no vídeo do PS a falar de uvas e alucinava com personagens da Anatomia de Grey a dançarem Tony Carreira. Quero começar por mandar embora desta crítica metade dos leitores. Aqueles que, primeiro, sabem ler e chegaram até aqui, segundo, gostam verdadeiramente de cinema e tem boa memória. Amigos, o realizador deste filme é, nem mais nem menos, Robert Luketic. Robert Luketic é o desumano, satânico e desavergonhado homem que colocou na terra o filme “Legally Blonde – Legalmente Loira”, sem ter sido preso e/ou torturado em Guantanamo. Não vos chega? Ainda não pararam de ler? Uma saltitante, irritante e ofuscante Reese Witherspoon que se torna advogada sem nunca deixar o seu cãozinho longe do seu colo ou da sua vida sexual, não vos chega? Então olhem para os actores deste mesmo filme. No papel de macho dominante, que irá conseguir fazer do “sexismo” tão popular como “porrada em deficientes com capas vermelhas e escudos grandes demais”, está o “espartano a roçar a homossexualidade” Gerard Butler do 300.
No papel feminino está a sedutora fêmea principal que fará do termo “feminista sem pêlos debaixo dos braços” tão popular como “séries fracas e repetitivas passadas em Hospitais e arraçadas de telenovelas mexicanas ”, Katherine Heigl (ou “Izzy”, como o seu agente lhe chama) da Anatomia de Grey. Tudo aqui transpira a “contracto para filme que me vai fazer ganhar dinheiro para gastar em Ibiza durante o verão”. A história é desnecessária e, surpreendam-se, mais uma subversão de toda e qualquer comédia romântica americana. Vejam a história do filme: Katherine Heigl, uma produtora de televisão, é obrigada pelos seus superiores a suportar e a manter no canal um apresentador sexista, machista e bruto que a irá ajudar na sua vida amorosa. Portanto, mulheres deste país que estão a pensar ir ao cinema, vão ver um “porco” a ser “porco” durante um filme inteiro em que quer ter orgasmos tão longos como o de um “porco”. No final, se o vosso namorado estiver a cuspir tabasco, de palito no canto da boca, enquanto se coça e vos grita que quer “daquilo, e rápido”, não digam que não leram isto. Para os homens, saiam mais de casa e não deixem que sejam as comédias parvas americanas a ditar como se vão comportar diante das mulheres com quem querem ter orgasmos tão curtos como o tempo em que estive acordado durante este filme.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, August 20, 2009
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