“Não Há Família Pior!” – …ou que me faça ainda mais querer ser órfão
CONTRA PICADO/GF – O Tolstoy um dia disse que “não há famílias felizes”. Eu sempre duvidei. Já tinha comido em restaurantes chineses em que o menu me dizia o contrário. Mas depois vi este filme. E afinal não há. E se houverem, estão neste momento a dar cabo da sua felicidade ao irem ver o filme ao cinema juntos. Há várias coisas que destroem uma família: mortes, divórcios e a pior de todas, o Natal. As famílias são as empresas de onde não nos podemos despedir. São os clubes onde temos cartão de sócio vitalício. São doenças para as quais não há cura. Por muito que se procure, em laboratórios ou em programas da Sic Mulher. E o Natal é a pior altura de todas, porque as famílias são como claques de futebol. Os adeptos ferrenhos sozinhos são suportáveis, mas quando se juntam são insuportável.
“Não Há Família Pior” é a pior ideia de todas para um filme de Natal. Se por acaso alguém sair de casa para ir ao cinema nos próximos dias, não é pelo filme. É porque quer fugir de crianças que berram, velhos que se repetem e adultos que se lamentam. Entrar numa sala e ver os meus maiores ódios no ecrã é algo que eu dispenso. Ver este filme agora é como comer frango de caril durante uma paragem de digestão. Ou pôr um doente em coma, a dormir uma sestinha.
Gostam do Natal? Então o meu conselho cinematográfico para esta semana chama-se “Wrap it up!”. Durante 5 meses, John Classor, um tratador do Zoológico de Los Angeles, resolveu gravar vários animais, de várias espécies, a tentarem embrulharem as suas prendas de Natal. Delicie-se com este tratado anti-capitalismo desmedido, enquanto Lobos tentam embrulhar um par de ténis, uma manada de Gnus tentam embrulhar um dvd do “2012” e um Tigre engole um par de brincos caríssimos que John ia dar à sua mulher. (Nota complementar: John está hoje em dia desempregado e divorciado.)
As seen on O Indesmentível.
Thursday, December 23, 2010
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