“A Troca” – …uma comédia sobre inseminação artificial que não cospe nem engole
CONTRA PICADO/GF – Quero começar por pedir desculpa pela minha atitude e tom aqui nas minhas críticas. Há mais de um ano que destruo com comentários jocosos as películas que estreiam no nosso país, sem olhar a meios, palavras ou metáforas. Ataco a pés juntos pedaços da cultura moderna sob o pretexto e argumentação de que são repetitivos, pouco originais e vazios. A verdade é que a estreia desta semana contradiz tudo isto. O filme desta semana tem uma actriz nova, com um talento natural que dá agora os primeiros passos na 7ªa arte: …é a Jennifer Aniston. Essa mesma actriz faz um papel que nunca a vimos fazer: …é uma quarentona divertida, inteligente e solteira que vai encontrar o amor. Num género de filme em que nunca a vimos antes: … é uma porra de uma comédia romântica! Sabem que mais? O cinema americano é como a liga portuguesa de futebol. Todas as semanas as mesmas pessoas fazem as mesmas coisas nos mesmos sítios mas é-nos vendido como se fosse novo. É triste, principalmente quando a Liga Portuguesa de Futebol já consegue surpreender mais que o cinema americano.
“A Troca” é o bolo alimentar, já bem mastigado e semi-digerido, de uma série de filmes que já vimos antes mas desta vez, é sobre inseminação artificial. A história? Aniston quer engravidar e arranja um dador de esperma disposto a tal. O seu melhor amigo, que está apaixonado por ela há anos, troca o esperma do dador pelo seu. 7 anos mais tarde conhece a criança e tem de avisar o seu amor platónico de que é provável que a criança seja sua. Ou seja, como quando lavamos os dentes bochechamos água para limpar a boca, neste filme bochechasse outras substâncias para se limpar a carteira ao espectador.
O meu conselho desta semana é indiano. Rajmandi Sucreblemanabada nasceu na zona mais pobre de Bombaim e quando um dia descobriu numa lixeira uma cadeira de braços, um skate amarelo e uma câmara de 8mm, resolveu virar-se para o skate. Depois de uma grave lesão no perónio, virou-se para o cinema. Largamente obcecado pela pobreza, durante 28 anos filmou os seus pés imundos todas as manhãs durante 10 segundos, perfazendo a sua obra “Chicken Massala Akbala“ de 8 horas e meia. Numa obra que apela à fraternidade entre povos, Rajmandi disserta sobre a pobreza e sobre o péssimo trabalho da sua empregada doméstica.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, September 16, 2010
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