“Bem-vindos à Zombieland” – Uma terra que tem tanto de pulsação como de talento
CONTRA PICADO/GF – A sensação que tive ao ver este filme foi a mesma de estar a fazer uma maratona de 400 km, num deserto, no pico do verão, totalmente equipado para fazer ski, com três borbulhas rebentadas numa virilha e uma mochila às costas que carrega toda a obra literária de Stephenie Meyer, desde a “Lua Nova” ao “Crepúsculo”. Se na actual crise mundial a culpa é das grandes superpotências e se no mercado de emprego a culpa é dos governantes, no cinema, a culpa de existirem zombies é de apenas um homem: Romero. Com nome de cantor romântico sul-americano, este homem consegui contaminar o mundo com zombies exactamente como fez nos seus filmes. E eu sem perceber o fascínio. Porquê mortos-vivos? Basta olharmos para a rua ou para os castings do programa “Ídolos” para vermos pessoas que estão mortas por dentro. Já foram a uma loja do cidadão às 9h da manhã? Tem mais mortos-vivos, mais perigo e mais qualidade que este filme. Só não é tão chato e sem piada. Vou resumir esta história (e todos os outros filmes de zombies alguma vez feitos): O mundo está alegre, aparecem os zombies, o mundo está mal, é capaz de apenas sobreviver um. Fim. Não interessa se as pessoas que fogem são gordas, magras, medricas, de direita ou fãs do Leonard Coen. O esquema é tão previsível como o desfecho dos processos judiciais em Portugal. Sempre igual. E sempre sem efeito. A única coisa verdadeiramente “morta” que aparece no ecrã é o Woody Harrelson, que depois de fazer o “2012” e o “Austin Powers”, anda a arrastar-se pelo cinema até alguém lhe rebentar a testa. Dos outros actores nem falo. Precisava de os ter distinguido de quem estava morto no cenário. Um conselho a todos aqueles que querem ver este filme ou fazer o seu próprio com zombies: não façam. A ironia de se arrastarem pela vida sem sentido antes de terem essa ideia já faz de vocês um morto-vivo o suficiente. Mas se gostam de “zombies”, não se esqueçam de ir às compras de natal e olhar para os corredores dos centros comerciais. Joguem um jogo chamado “quem é mais igual a um morto-vivo?”. É divertido. Se levarem uma caçadeira de canos cerrados."
2 comments:
Peço desculpa mas desta vez vou ter de comentar.
O facto de se dizer que os filmes com a temática de zombies se devem a George Romero é extremamente redutor, injusto para com outros grandes génios do cinema, e acima de tudo uma moda que vigora agora em força, em particular na Internet, por pessoas ignoram o género mas lhes apetece dizer alguma coisa sobre ele como se fossem grandes entendidos.
George Romero é sem dúvida um excelente realizador, mas dizer que os filmes sobre zombies se devem a ele, é falso. O próprio Romero disse várias vezes que muita coisa do seu Night Of The Living Dead foram copiadas de outros filmes e disse de quais, embora eu considere que não disse de todos. Se repararmos, o Invisible Invaders que é anterior, é muito semelhante ao filme de Romero. Neste filme, uma invasão levada a cabo por extraterrestre invisíveis transforma as pessoas em algo que se comporta de forma semelhante aos zombies de Romero e o que acontece tal como no filme de Romero, também é anunciado pela televisão.
Além disso não podemos esquecer filmes como White Zombie, Carnival Of Souls, I Walked With A Zombie, entre tantos outros.
Romero soube talvez popularizar os filmes de zombies copiando os seus predecessores, e tido um bom sentido de oportunidade em fazê-lo na altura em que o fez.
No entanto, o próprio Romero falha fortemente ao não saber reinventar o conceito e mantendo demasiado tempo o conceito exactamente igual para um público em constante mudança. Tentou mudar um pouco com Land Of The Dead, em que os zombies começam a pensar, e com Diary Of The Dead também se evoluiu no sentido de actualizar a imagem dos zombies, mas na minha opinião de forma muito insuficiente. Veremos se com Survival Of The Dead, o Romero consegue trazer finalmente algo de novo a um género que bem precisa de ser revitalizado.
Zombieland é um bom exemplo disso, tal como Shaun Of The Dead, ou Black Sheep, em que apesar de serem filmes mais virados para a comédia, conseguem aproximar o conceito de zombies aos dias em que vivemos. Faz falta no entanto, um verdadeiro filme de terror, que consiga fazer o mesmo na actualidade.
Pardal,
Proibo-te de mais alguma vez começares um comentário com "desculpa-me" se for para corrigir erros ou parvoíces "da boca para fora" do Rafael dessa maneira. :)
És mais que bem-vindo ao blog e ao grupo de pessoas que "quer espancar o Rafael Contra devagarinho e com um pau grande", sempre que quiseres. ;)
gui
Post a Comment