“Sherlock Holmes” – É uma cagada elementar, meu caro leitor
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a vomitar formigos, devido a uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de um perú de Natal contaminado com LSD, enquanto o coro de Santo Amaro de Oeiras me rodeia para cantar e eu estou embrulhado, da cabeça até aos pés, em papel de embrulho com a cara do Cavaco estampada. O natal é uma época que traz o pior de dois mundos. Da Igreja, que obriga as pessoas a levantarem-se ao domingo de manhã com este frio para as congelar a troco apenas de pão sem fermento; e do capitalismo, que obriga as pessoas a enfiarem-se em centros comerciais no fim-de-semana antes do Natal a troco de pouco oxigénio, muito dinheiro e birras no dia 25 porque “não era isso que eu queria”.
Não, eu não gosto do Natal. Porque além de me sugar a alma e o dinheiro, os filmes que estreiam no cinema são abomináveis. “Sherlock Holmes” é de tal ordem mau que nem aos sem-abrigo sem família, casa ou calor que tenham 5 euros na mão eu aconselho a entrarem na sala de cinema para se aquecerem. Um beco frio e cheio de gelo é mais confortável e faz menos mal ao vosso intelecto que uma sala de cinema onde isto esteja a passar. “Sherlock Holmes” já era uma má colecção literária, onde um drogado resolvia casos de polícia acompanhado por um homossexual reprimido. E se como livro já era um atentado à literatura enquanto arte, imaginem com imagens a acompanhar. Imagens essas que são levadas até vocês por Guy-eu-tive-relações-sexuais-com-a-madonna-e-não-morri-Richie, um realizador que de filmes de mafiosos saltou para filmes de detectives com muito tempo livre. E os actores? Tinham prendas de Natal para comprar. Jude-eu-gosto-de-ir-para-a-cama-com-amas-secas-Law e Robert-eu-faço-filmes-com-capacetes-de-metal-para-não-me-reconhecerem-na-rua-Downey-Junior personificam Sherlock e o seu amante de longa data mascarado de mordomo. “Sherlock Holmes” já era literatura de pastilha elástica, um antepassado decrépito de Dan Brown’s e J. K. Rowling’s. Agora, é cinema pastilha elástica, bem convertido ao estilo americano, de personagens insufladas em ginásios e piadas fáceis em situações parvas. O que nos salva a mente e o espírito é que é dia de Natal, e as pessoas preferem ficar obesas com fatias douradas, a irem ver isto ao cinema. E sinceramente, dos dois, não sei o que faz pior ao colesterol. Ou à saúde em geral.
1 comment:
puts, eu que estava pensando em ir ver esse filme, a estréia aqui no Brasíl é só em fervereiro (eu acho, depois desse singelo comentário não sei mais o pensar/fato :S,
mas ainda assim, vou conferir a merda com meus próprios olhos (tá isso ficou estranho) ^^
ps. por que as pessoas não tiram essas letrinhas de confirmação do blogger? juro que não entendo isso :S
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