Pronto. O Rafael Contra não entrou em 2010 com o pé direito...“Ouviste Falar Dos Morgan?” – Não, estava a tentar cortar um pulso
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de ser dia 1 de Janeiro e eu estar de ressaca de Gin, ainda sob o efeito de estupefacientes de Amesterdão, a conduzir um kart na A1, debaixo de ventos de 200km/h e com um cobrador do fraque gago à pendura. E sem ter cuecas azuis vestidas. Ano novo, vida nova? Em Hollywood não. Ano novo, estrelas velhas. E quando encontramos uma réstia de optimismo e esperança em nós, Hollywood pega nela e trata-a como um presidiário trata uma revista masculina. Ao ver isto pensei que podia estar a ter simplesmente uma moca de açúcar das rabanadas, mas quando arrotei percebi que o filme estava mesmo a dar. E que o que eu acabara de produzir cheirava melhor que a participação dos actores no filme. Eu descrevo aqui a história para vocês saltarem a parte em que estão dentro da sala e com vontade de sufocar o projeccionista com pipocas doces: Um casal de Nova Iorque está pelas ruas da amargura no seu casamento, prestes a separarem-se para sempre, quando assistem a um homicídio e têm de ser levados para a América profunda e rural para se protegerem. Só esta sinopse já me dá vontade de me mudar para o Alentejo profundo e arrancar os olhos com uma colher de chá. Isto só seria melhor se o homem que eles vêem morrer fosse o argumentista do filme. Não é. Mas há mais. Quem é o casal maravilha-prestes-a-dividir-tudo-em-metade? Hugh-eu-sou-tão-sexy-como-repetitivo-Grant e Sarah-eu-não-estou-na-cidade-nem-faço-sexo-Jessica Parker. No fundo, este filme pode ser visto como uma sequela ao “Sexo e a Cidade”, uma prequela ao “Nothing Hill” ou uma versão feita pela Martha Stewart do “Mr and Ms Smith”. Ainda estão alcoolizados da passagem de ano? Este é o filme para vocês. Não estão, evitem chegar a menos de 100 metros do poster. Sem dúvida que não começamos este ano com o pé direito. Nem com o esquerdo. É com a testa mesmo.
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