“Lua Nova” – Ou como eclipsar o QI dos adolescentes
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar com a pior ressaca da minha vida, dois treçolhos e quatro unhas encravadas e ser acordado às 8 da manhã por obras no apartamento de cima, a serem feitas por ucranianos que gritam para comunicarem e que têm tanto de banho como de jeito para destruir paredes em silêncio, tudo ao som de um pequeno rádio que passa a Romântica FM. Lembram-se do “Grease”? Lembram-se do “Breakfast Club”? Lembram-se do “Titanic”? Hollywood precisa, e sempre precisou, de moldar as mentes dos adolescentes com modas, mais especificamente, com lamechas e “panhonhas” histórias de amor. Depois de os encher de gel e os pôr a dançar, de os trancar numa sala de castigo e de os prender num barco afundado a 3000 metros de profundidade no Atlântico, agora suga-lhes o sangue, o QI e o dinheiro da carteira. Em 2008 saiu o primeiro capítulo desta “Saga” que se tivesse “Zone” escrito depois de “Twilight” seria minimamente compreensível. Milhares de adolescentes, munidas e repletas de tantas hormonas como tempo livre, correram para as salas e mastigaram pipocas de boca aberta enquanto actores medíocres passavam uma hora e meia para se beijarem. (Seguindo sempre histórias que se Shakespeare recebesse um euro sempre que lhe são roubadas, ele já teria dinheiro suficiente para saldar os passivos dos todos os clubes de futebol portugueses.)
“Twilight” tornou-se a moda. O obrigatório. E o assunto de tudo o que é guincho de adolescente saltitante com um elevado deficit de atenção. A receita destas “porno chachadas” para adolescentes com pais autoritários verem é sempre a mesma: arranja-se uma menina com um ar escanzelado e desprotegido, soma-se um rapaz rebelde com um mistério (aqui é simplesmente gostar de hemofílicos) e haver uma constante tensão de “vou perder a virgindade, estou tão nervosa como excitada”. Por cima, como cobertura, colocar um problema maior que nenhum dos dois consegue combater sozinho (é comum ser uma sociedade má que não percebe o amor entre classes sociais diferentes, famílias diferentes ou aparelhos dos dentes de dentistas diferentes). No caso deste filme é toda uma espécie de rapazes sem t-shirt que se transformam em lobos agressivos. Sem t-shirt. Resultado? Temos a história de amor que a juventude destes dias precisava. E quem fica a ganhar? Hollywood, que empacota euros à velocidade a que estas adolescentes espremem borbulhas, e todos os rapazes do mundo com doenças terminais. Parece incrível mas nunca foram tão populares os adolescentes com um ar doente, depressivo, mórbido e cadavérico como Robert Pattison o é. Pode ser que as olheiras e a palidez não sejam só “estilo” e que toda “moda” meta baixa mais cedo ou mais tarde.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, November 26, 2009
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1 comment:
Leia o livro e depois diga-me alguma coisa ;)
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