“O Barco do Rock” – Aquilo que Noé teria posto num barco se fosse parvo, drogado e surdo
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar mocado com erva má, no fundo de uma moshe-pit de Woodstock, espezinhado por havaianas brasileiras fabricadas por crianças a custo zero, enquanto os Placebo davam um concerto de 7 horas e meia. Acústico. “Barco do Amor” é uma comédia sobre os anos 60, sobre libertinagem e música. Sobre a revolta de uns vanguardistas perante um governo opressivo e ditatorial. Onde é que esta maravilhosa premissa falha? Quando é burlada no realizador, nos actores e no género. Primeiro, esta história nunca poderia ser uma comédia, com actores oscarizados. Teria de ser um épico de 5 horas, um drama existencialista a preto e branco, um “Lawrence da Arábia” versão hippies. Segundo, o realizador do filme nunca seria o Richard “vamos-fazer-quarentonas-inglesas-gordas-e-depressivas-acreditar-no-amor” Curtis. Este homem realizou tentativas desprezíveis de cinema como “Love Actually” ou “Quatro casamentos e um funeral”. Este homem só produz filmes simples e masturbatórios com o entuíto de dar um pequeno orgasmo à auto-estima despedaçada de uma geração solitária. Um homem que nos traz a “Brigdet Jones” três vezes sem pedir desculpa não pode pegar na melhor época da história da humanidade e fazer dela um preso de Caxias, contra uma parede fria e pútrida.
E por falar em frio e pútrido, tenho de falar aqui de um encontro que tive com um colega do jornal. Nunca me dei bem com nenhum colega jornalista d’O Indesmentível. Não me quero misturar com pessoas que não só não frequentam o Bairro Alto, como apenas visitam a Cinemateca para verem reposições de filmes do Steven “sou-judeu-e-faço-disfarçadamente-filmes-para-ganhar-dinheiro” Spielberg. Sebastião B. Pessoa do “Editorial” estava entusiasmado com uma ideia para um filme que consistia em recriar o caminho marítimo até à Índia através da realização de Manuel de Oliveira. Não só Sebastião B. Pessoa peca por ter três nomes, coisas que apenas banqueiros, políticos e jornalistas pomposos e capitalistas fazem, como não percebe uma “Padeira de Aljubarrota” da sétima arte. Não só o filme seria apenas mais uma propaganda governamental aos nossos antepassados, como não se pode deixar que Manuel de Oliveira produza filmes de época mais alguma vez na sua vida. “Non ou vã glória de mandar” é uma obra que não pode, deve ou será alguma vez, tentada ser repetida ou imitada. Seria heresia, querido Sebastião.
As seen on O Indesmentível.
Thursday, July 23, 2009
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