Friday, October 08, 2010

Ponto.

Estou a fazer um esforço agora, mais do que nunca na minha vida, para ser puro.
Para dizer o que sinto.
Quando sinto.
A quem sinto.

Estava cansado de ver cenas inteiras a passarem por mim. Frustrado de não ter tomates para me mexer e ser eu a controlá-las. Irritado de ter a oportunidade de voltar para trás, dizer as palavras que queria dizer, e viver com as consequências. E de acabar por ter esses momentos a passar como meros replays eternos na minha consciência.
Agora, ando a fazer deles a minha narrativa.

Mas por muito libertador que isso seja, sinto-me controlável.
Sinto que não tenho segredos.
Atirar-se o baralho para cima da mesa dificulta qualquer tentativa de bluff.

Mas ao menos durmo descansado. Ao menos disse o que queria.
Já não deixo a minha história na mão de escritores terceiros.

Ponto.
Parágrafo.
Travessão.

4 comments:

francisco baptista said...

também gosto muito de ti guilherme

Marta K said...

gostei.

Agora não desistas de dizeres o que queres quando queres. Porque eu já cheguei à fase; aquela em que me pergunto se realmente vale a pena se as coisas parecem ficar na mesma ou pior.

Boa sorte e continua com o esforço :)

Gui said...

Obrigado, baptista e MK. ;)

Só não quero acabar assim:
http://www.youtube.com/watch?v=zUe3sbtqI2Q

Marta K said...

Pois, esperemos que nenhum de nós acabe assim.