“Hannah Montana”: o título é a rima mais complicada e que mais orgulho deu a quem escreveu isto
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar numa montanha russa que não teve qualquer manutenção, de cabeça para baixo, a ser esmagado contra um looping, enquanto um Pluto e um Mickey, respectivamente de cada lado da minha pessoa, me cantam canções da menina Hannah Montana. Em japonês. Vocês não reconhecem isto? Este fenómeno comercial e repetitivo de uma menina que aparece em programas da Disney e que se lança anos mais tarde como cantora? É que se abrirem o google e procurarem “Britney Spears” vão não só ver mais nudez do que desejariam à partida, como vão perceber que a Disney já não é o que era. No antigamente era uma instituição dedicada à infância do ser humano, cozinhando histórias e mundos mágicos para nos fazer sonhar. Agora é uma empresa multimilionária, que ao invés de procurar petróleo como as outras, procura rapariguinhas novas e loiras para se “prostituírem intelectualmente” no mundo da música. O que têm em comum as caras da Disney ao longo dos anos? Começam em filmes e acabam em clínicas de reabilitação. Se não acreditam em mim vejam a premissa da série televisiva de “Hannah Montana”.
A actriz Miley Cirus, uma rapariga que aos 16 anos já se despia para a Vanity Fair quando devia era estar a pôr um aparelho nos dentes e a estudar, faz de Miley Stewart. (Atenção aqui para a imensa inteligência da rapariga cuja personagem tem de ter o mesmo nome que ela senão não sabe que falas tem de declamar do guião.) Miley Stewart é uma rapariga que sempre quis ser cantora e que apenas o pode fazer, sem pressão ou julgamentos de ninguém, se colocar uma peruca loira e se auto intitular “Hannah Montana”. O que é isto senão um claro e polémico incitamento ao transformismo pela fama? É isto que querem mostrar aos vossos filhos? Eu acho que não. Façam as contas. “Hannah Montana” já rendeu 1,9 milhares de milhões de euros à Disney. Em contrapartida, o que aprenderam os vossos filhos? Conhecimentos em diferentes qualidades de perucas? Como entrar no “Finalmente” sem pagar consumo mínimo? Não me parece uma boa troca, desculpem.Aproveito o final desgastado desta crítica para vos informar que a semana que vem não vou ao cinema. Há um limite de dor corporal que um ser humano culto consegue aguentar e o Verão, altura por primazia do “lixo” cinematográfico mundial, deixa-me “sujo”. Por isso, na próxima semana não há pipocas ou filmes para mim. Há descanso, um livro de Proust e quem sabe, uma revisita à obra completa de Fassbinder para purificar a alma. Boas entradas nas ETAR’s que são os cinemas actualmente.
As seen on O Indesmentível.
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