Tuesday, November 30, 2010

Full circle

Ontem tive um pequeno momento de realização pessoal.

Há dois anos atrás, em 2008, tirei o curso de "escrita de humor" pelas Produções Fictícias.
Foi um momento importante na minha aprendizagem, na minha carreira e na minha segurança pessoal.
Como disse na altura, foi com aquele curso que "aprendi a dar o salto de para-quedas com os olhos abertos". A fazer da escrita de humor um trabalho sério e não apenas um hobby atabalhoado.

Dois anos depois estou a trabalhar no Canal Q e sou agenciado pelas Produções Fictícias, fazendo parte da carteira de autores e humoristas deles. Em grande parte devido à porta que esse mesmo curso me abriu e ao talento que a Susana Romana insiste que viu em mim.

Ontem, a convite da dita Susana Romana (minha antiga formadora e agora "madrinha" por apadrinhamento) dei uma aula nesse mesmo curso, com o intuito de explicar "como fazer do humor profissão". Ou como eu lhe chamei "a aula do mete nojo", do "eu já estive aí e agora estou aqui onde vocês querem estar". Com um "toma, toma, toma" no final, de língua de fora.

Fiquei nervoso como não ficava desde os primeiros anos de stand-up comedy.
E foi gratificante como foi nos primeiros anos de stand-up comedy.
Comecei por contar a minha história pessoal, ouvi os medos deles, conversei sobre confiança, persona cómica, sobre valorizarem-se com pesquisa e trabalho constante, com dedicação e uma procura incansável de oportunidades e trabalho. Sobre descobrirem o que querem, o que são e como podem lá chegar.

Disse-lhes que acreditava no humor como um músculo.
Músculo esse que tinha de ser trabalhado todos os dias.

Mas enquanto falava naquela sala, estava a ser ouvido noutro lugar. Apercebi-me que não era só para eles que estava a falar. Eu também precisava de ouvir o que eu estava a dizer. Senti-me orgulho e valorizado por estar nesta nova posição, na outra ponta do círculo, do outro lado do meu sonho, mas a verdade...

...é que eu ainda não sou ninguém.
Tenho milhares de horas de pesquisa e trabalho pela frente para conseguir ser.
Para chegar a ser. Que é preciso tanto trabalho para ficar onde estou, como deu para chegar onde cheguei.

O importante agora é nunca me esquecer, eu próprio, daquilo que lhes disse a eles ontem:
"Luck is what happens when preparation meets opportunity".

Agora, desculpem, mas vou trabalhar.
Nem que seja a dar aulas.

"Isto é o Q?" #9

Já sabemos o que "isto é"!
Não. Espera. Afinal não.

Mas sabemos que trabalhamos num Hotel.
E que esse Hotel nos permite variadas e divertidas actividades lúdicas e divertidas.
Algumas delas verdadeiras e todas elas pouco recomendadas de serem praticadas na presença de responsáveis do mesmo.

Querem ver-nos a imitar os ciganos na França e sermos expulsos daqui?
É carregar play.

Sunday, November 28, 2010

Sete dias

Não tenho nada contra vacas.
Ou porcos.
Ou frangos.
Mas também não tenho a favor.
São comida. E gosto de os manter assim.

No entanto, tomei uma decisão que vai afectar a minha relação com todos eles.
Durante a próxima semana não vou comer carne.

Calma.
Não vou dar em vegetariano. Longe disso. Não gosto de tofu, e sou daqueles que provou o hamburguer vegetariano da Bica e não quer repetir. Ao contrário do militante típico do vegetarianismo - que deixa de comer carne porque têm pena dos animaizinhos - eu gosto muito de os ver cortados, grelhados e entre duas fatias de pão. Com uma fatia de queijo derretida por cima. E cebola. E batatas fritas a fazer companhia. Isto não é uma questão emocional ou de crenças pessoais.

Vou comer apenas peixe durante 7 dias porque sim. Porque quero. Para experimentar.

Todos sabemos que comemos carne de mais e peixe de menos.
O que será que acontece se invertermos a tendência?
O que sente o nosso corpo? E a nossa mente? O peixe não faz bem ao cérebro?
Vou ser capaz de memorizar mais números de telefone se fizer isto? Posso ir ao casino contar cartas?
Vocês sabem o que acontece? Eu não. E quero saber.

O esforço que quero fazer durante esta semana é simples:
Imaginem que todos os dias vão para o trabalho pelo mesmo caminho. É o caminho de sempre, e vocês sabem que demoram exactamente 27 minutos a chegar ao trabalho, nem mais nem menos. No entanto, numa conversa de circunstância com um amigo, descobriram que havia outra maneira de lá chegarem. Uma que vocês não conheciam. Por aquela rua que vocês olhavam mas nunca iam. Não vale a pena ir experimentar?

Isto não é um "adeus" à carne.
É um salivado e curioso "até já".

Friday, November 26, 2010

ÚLTIMA HORA: o Emmy não era para a novela “Meu Amor”, era para o decote da Rita Pereira

GLOBOS DE OURO/GF – Depois da badalada atribuição do Emmy à novela “Meu Amor” da TVI, o comité organizador do evento veio a público revelar que ouve um erro no boletim: o prémio não foi ganho pela novela em geral, mas sim pelo decote da Rita Pereira em particular.
“A confusão era esperada. Quando o apresentador disse que o prémio ia para o Meu Amor, não estava a falar da novela, estava a falar directamente com a Rita Pereira. Ela é que não percebeu a dica, e a confusão lançou-se.” disse Alexandra Lencastre, enquanto saltava freneticamente ao fundo da sala. A visibilidade dada ao decote – pelo evento e pela falta de pano no vestido – foram produtivos e o mesmo já foi contratado para novos trabalhos na América. Fala-se de ambas os seios trabalharem juntos num remake de “Armageddon”, fazendo de asteróide que vem em direcção à terra. No entanto, a produtora cinematográfica já frizou que o contracto de trabalho é apenas para o decote, que a “zarolha que costuma estar atrás dele nas fotos pode ficar em Portugal”.



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Governo vai providenciar pulseiras Power Balance a mulheres que tenham maridos abusivos

TAPINHA/GF – Ontem, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Doméstica, o Governo comunicou publicamente que irá fazer tudo o que for preciso para acabar com o flagelo, nem que tenha de “se dar uns valentes sopapos para que o pessoal se acalme”.
Num novo plano de combate desenvolvido e divulgado pelo Governo estão 50 medidas inéditas para a protecção de mulheres abusadas por maridos violentos, com apenas uma regra de excepção a todas elas: se “a mulher for mesmo, mesmo muito feia e chata”. Umas das medidas mais originais parece ser a de distribuir gratuitamente pulseiras Power Balance a todas as mulheres violentadas. O Ministro Pedro Silva Pereira defendeu as capacidades da pulseira dizendo que “o objectivo é não só ajudar a regenerar as feridas provocadas pelas agressões mais depressa, como permitir à vítima ganhar uma destreza física que a permita desviar-se de pratos, copos ou comandos de televisão arremessados na sua direcção.” Para além das pulseiras serão ainda distribuídos gratuitamente óculos escuros, estojos de maquilhagem e camisolinhas de lã para “ajudar a abafar as cacetadas”.



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Thursday, November 25, 2010

Picado vs "Imparável"

“Imparável” – …mas só até se sair da sala

CONTRA PICADO/GF – Um comboio perigoso? Pessoas em risco? Um clima de suspense e acção? Não, isto não o filme “Imparável”, a estreia da semana. É uma simples e rápida viagem de comboio pela nossa linha de sintra, à hora do almoço. Mais do que químicos em risco de explodir, a linha de sintra tem subúrbios, pessoas deprimidas, um clima de conflito latente e o pior de todos os vilões na história da humanidade. O “pica”. Este filme é totalmente inconsequente. Ninguém gosta, se importa ou quer saber de comboios. As únicas pessoas que lhes dão atenção são estranhas, virgens e têm a mania de os coleccionar em miniatura. E se o “embrulho” não presta, atentem no “recheio narrativo”: Um estagiário é contratado para trabalhar num comboio a abarrotar de resíduos químicos no dia em que este fica descontrolado e põe em risco uma cidade inteira. Tenho alguma compaixão por este protagonista. Não só pode perder a carne que tem agarrada aos ossos devido a químicos potentes e letais como, ainda pior, está a recibos verdes. Uma vergonha.
Mas se acham que isto é a pior coisa que lhe vai acontecer, eis que aparece Denzel Washington na imagem. Aí sim, queremos deitar-nos nos carris de uma estação ferroviária, fumar um cigarro e fechar os olhos. Infelizmente, tenho a teoria que este filme só estreou por pressões do PS e do Governo. Ninguém gosta de comboios e como tal, tentar fazer-se com que um pareça “cool” é uma acção de propaganda triste e envergonhada de alguém que quer, à força toda, construir um. Esquecem-se é que entre poceirão e caia vão apenas alguns quilómetros. Não dá sequer para meter uma segunda no TGV.
Como conselho cinematográfico desta semana quero manter-me dentro do comboio. Em 2002, Chris Alterwood, um limpa chaminés que sofria de asma crónico, teve uma ideia para um documentário. Deprimido e irritado com a sua falta de pontaria em latrinas de comboios em andamento, Alterwood resolveu instalar uma câmara oculta na casa de banho dos homens de um comboio de alta velocidade. Durante 4 horas, veja vários homens tentarem urinar directamente para uma sanita, enquanto os solavancos da viagem os fazem tabelar pelas paredes, espalhando tudo, por todo o lado. O filme chama-se “Sprinkler”.

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Há 26 acidentes de trabalho por hora em Portugal

ESTUDO RECENTE/GF – Se é homem, português, tem entre 25 e 44 anos, está no seu local emprego e tem 25 colegas que nos últimos 60 minutos não sofreram qualquer dano físico, tenha medo. É provável que esteja preste a cair da cadeira, a entalar um dedo numa gaveta ou a entornar café acabado de fazer nos genitais.
Segundo as seguradoras – que zelam pela nossa saúde de maneiras mais carinhosas e chatas que a nossa mãe quando nos impinge uma camisolinha em dias de Inverno – acontece uma média de 26 acidentes de trabalho por hora em Portugal. Segundo os dados, a maior parte são quedas, sendo que as mais comuns ocorrem do topo de telhados – no caso de limpa chaminés – e do topo da tabela classificativa – no caso do Benfica e do Braga. As estatísticas indicam mesmo que 41% dessas quedas chegam a resultar em morte, o que no caso de trolhas é principalmente causado pelo perigoso gesto que é o lançamento do piropo. A segunda maior maleita sofrida em horário laboral são doenças musculares – comuns em desportistas, prostitutas e desportistas que vão às prostitutas – seguida de perto de vários casos de surdez – que podem justificar milhares baixas diárias nos deputados que se sentam junto ao Paulo Portas na bancada parlamentar do CDS-PP. No entanto, a pior maleita de todas as que se podem sofrer no local de emprego continua a ser o “despedimento”.



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Monday, November 22, 2010

"Isto É o Q?" #8

Já conseguiram perceber?
É que nós ainda não sabemos o que é isto.

No episódio desta semana temos... amor.
De vários formatos, géneros e tamanhos.

E atentem bem o momento quando eu apalpo um seio como gente grande.
Eu não disse que havia amor?

Saturday, November 20, 2010

Contos demasiado políticos

Carmona Rodrigues.
Edite Estrela.
Vitalino Canas.
Odete Santos.
Joana Amaral Dias.
Jerónimo de Sousa.
Miguel Beleza.
Marta Rebelo.
Maria de Belém.
Nuno Morais Sarmento.

Não, não está no site da PJ a ler um acordão sobre o caso do "Polvo".
Está a ler uma lista que contém alguns dos políticos que foram convidados pela jornalista Maria Inês Almeida a escrever...
...contos infantis.

A obra chama-se "Contos Pouco Políticos" e a ideia é suposto parecer estranha.
Mas não é. É perfeita. E eu sou fã.

Primeiro porque sou a favor de, num clima de crise como o actual, todo e qualquer profissional liberal, mesmo que político com poleiro, se deixe envergar noutras áreas de actividade. Nunca se sabe quando rebenta um escândalo, cai um governo ou se tem de fugir para países de temperatura mais amena.

Segundo, defendo o brilhantismo desta ideia porque se há alguém que tem a capacidade necessária para escrever um conto infantil, é um político. Aliás, pesando bem ambas as actividades, nem encontro muitas diferenças - se no mundo editorial da literatura infantil também se derem apartamentos a custo zero, então retiro mesmo esta última frase.

O político, por definição, é a criatura mais infantil que existe.
Passa o dia a perceber, definir e aprender regras - tal como uma criança.
Cria cenários de fantasia, onde a sua visão e opinião são imperativas - tal como num conto infantil.
Vive num esquema de angariação de amizades à base do "gostas do que eu gosto, és meu amigo. Não gostas, és meu inimigo" - tal como uma criança.
Não tem noção dos "cinzentos", defendendo um constante sistema binómios como "bom" ou "mau", "esquerda" ou "direita", "certo" ou "errado"- tal como uma criança.
Necessita de atenção, muita, para definir a sua imagem e postura social - tal como uma criança.

O que me pasma no brilhantismo desta ideia literária é não ter nascido mais cedo.
A ideia é tão acutilante, precisa e genial que se tivesse nascido há mais tempo, podia ter evitado a crise em que nos encontramos. É provável que durante anos brilhantes escritores de literatura infantil tenham sido sub-aproveitados em cargos públicos, bancadas parlamentares ou ministérios vários. Tal como defendo que haverá uma batelada de escritores de literatura infantil que teriam feito muito melhor trabalho a governar-nos.

Podem encontrar a obra aqui.
A UNICEF agradece o dinheiro de parte da venda dos livros.
Eu agradeço - com um profundo "finalmente!" - a publicação da ideia.

Friday, November 19, 2010

De Perto Ninguém É Normal #4

Aqui está ele.
O 4º episódio do De Perto Ninguém É Normal.
Com o pretexto de provar que a "normalidade" não existe, continuamos a fazer figuras tristes.

Atentem a como neste episódio dedico a minha atenção ao meu melhor amigo.
E ao Pedro Silva. Personagem principal disto: o telemóvel.

Vocês são que tipo?
- O que não gosta de falar ao telefone?
- Ou o que quando fala, não consegue estar parado?

Enfeites de Natal portugueses são os que mais trabalham na Europa

JÁ?/GF – A média Europeia de início de expediente de um enfeite de natal é meio de Novembro, a puxar para o início de Dezembro. Em Portugal há câmaras municipais, centros comerciais e até consultórios médicos que chamam ao trabalho os seus enfeites no início de Setembro, naquilo que muitos consideram de “exploração natalícia”.
Após a denúncia feita pela “Associação de Pessoas Que Achas Que Se Deviam Colocar Os Efeitos De Natal Mais Perto Da Porra do Natal”, as autoridades do trabalho forçado, sob a latente suspeita de exploração e escravatura, investigaram os horários de trabalho desta bolinhas, grinaldas e luzes pisca-pisca, na esperança de suavizar a sua labuta. A investigação mostrou que o caso é tão grave em Portugal, que há relatos de árvores de natal a serem montadas em Julho, enfeites a serem espalhados em telhados em Agosto e, inclusivé, de uma coroa que ficou pendurada numa porta de entrada de um ano para o outro, sem um minuto de descanso. Por lei, a carga de trabalho estipulada para uma bola de árvore de natal é de 15 de Novembro a 15 de Janeiro, máximo – com excepção legal da Espanha e de doentes de Alzheimer. A Polícia já disse que irá fazer cumprir este regulamento, sendo que a multa para quem quebrar esta lei irá até 10 mil euros com trabalhos forçados, a desmontar a maior árvore de natal da Europa que está no Colombo – desde Maio.



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Thursday, November 18, 2010

65% considera o dinheiro a verdadeira razão de felicidade

ESTUDO RECENTE/GF – Um estudo recente realizado na Grã Bretanha revelou que 65% dos Ingleses acha o dinheiro a verdadeira razão da felicidade. Por cá, 65% dos portugueses também acham que o dinheiro dos Ingleses traz felicidade.
Imediatamente em segundo lugar vêm 32% dos inquiridos que acham a família a sua verdadeira razão de felicidade – não porque gostem de os ter na sua vida mas precisamente por não os terem. Já 12% acham o amor a razão de felicidade nas suas vidas, sendo que o estudo não discriminou se o amor era pelo dinheiro, pela família ou por coisas totalmente fúteis e parvas como a “vida em geral”. Para justificar o resultado do estudo o coordenador disse que “faz sentido que o dinheiro venha em primeiro lugar porque eu com dinheiro posso comprar família e/ou amor. Veja-se o caso da Angelina Jolie ou do Bill Clinton, por exemplo.” O restante 1% está simplesmente feliz, sem razão, justificação ou testes ao sangue para despistagem de drogas leves. No que toca à sua felicidade, se a quiser manter tanto no que toca a dinheiro, família e amor temos um conselho: ignore os momentos que todos se conjugam. Como o Natal.

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Monday, November 15, 2010

"Isto É O Q?" #7

O que é?
Ainda não sabemos.
Temos só um episódio novo.

Esta semana entramos no mundo do sexo, drogas e rock n' roll.
Mas sem o rock n' roll.
Ou o sexo.

Apresentamos o conceito de "early drinking friday" - verdadeiramente praticado aqui no canal q.
Qual é o objectivo? Beber álcool no local de trabalho, antes do meio dia.

O resultado depois é este.

Saturday, November 13, 2010

A palavra

"Words are cheap, the saying goes, they cost nothing, yet they have power to evoke images, sounds and feelings in the listener or reader as every poet and advertising copywriter knows. They can start or break up relationships, sever diplomatic relations, provoke fights or wars.

Words can put us into good or bad states, they are anchors for a complex series of experiences. So the only answer to the question 'What does a word really mean?' is 'To whom?'. Language is a tool of communication and, as such, words mean what people agree they mean. It is a shared way to communicate about sense experience. Without it there would be no basis for society as we know it.

(...)

We each experience the world in a unique way. Words are inherently meaningless, as becomes clear when you listen to a foreign language that you do not understand. We give words meaning through their anchored associations to objects and experiences throughout our life. We do not all see the same objects or have the same experiences. The fact that other people do have different maps and meanings adds richness and variety to life. We are likely to agree on the meaning of the words 'treacle tart' for we have shared the same sight, smell and taste of it. But we argue far into the night over the meaning of such abstract words as 'respect', 'love' and 'politics'. The possibilities for confusion are immense. These words particularly, are like Rorschach onk blots, meaning different things to diferent people."


- "Introducing NLP" by Joseph O'Connor & John Seymour

Friday, November 12, 2010

De Perto Ninguém É Normal #3

Mais uma semaninha.
Mais uma voltinha.

Aqui está o terceiro episódio do "De Perto Ninguém É Normal".
(Carreguem no link e façam-se fãs no facebook. Se chegarmos aos 200 o Sócrates já disse que se demite.)

Desta feita, temos um dilema:
De um prédio a arder, salvam um vegetariano tímido ou um badocha alcoólico?

E não, esta adivinha não é daquelas em que depois vocês passam por parvos.
Só eu é que passei...

Picado vs "RED - Perigosos"

“RED – Perigosos” – …quando pensionistas falham a medicação

CONTRA PICADO/GF – O que faz um reformado no seu dia-a-dia? Eu digo-vos: alimenta pombos. Joga às cartas. Insulta crianças. Faz croché. Visita centros de saúde para pôr a conversa em dia. Dá audiências à TVI. Repete, cerca de 47 vezes por minuto, que a Júlia Pinheiro é “uma senhora de nível”. Muda de fralda. Dá mais audiências à TVI. Comenta que “aquele rapaz escurinho, do Ídolos, canta muito bem e parece ser uma pessoa de nível”. Telefona para fóruns de rádio sobre futebol e insulta toda a gente, incluindo o locutor. Muda novamente a fralda. E ocasionalmente, apenas ocasionalmente, alimenta pombos. Se há coisa que um pensionista não faz, é andar a disparar metralhadoras de calibre elevado. O mais perto que um pensionista está de alguma vez aleijar alguém é no supermercado quando acertam com o carrinho das compras nos calcanhares da pessoa a seguir na fila para pagar.
Não há qualquer verosimilhança nesta narrativa: agentes da CIA retirados que quebram a reforma para um último trabalho? Além da medicação e do osso da bacia, não há nada que um pensionista quebre. A população mais velha devia ser símbolo de nostalgia, de memórias perdidas, de revivalismo, de inocência perdida, não é de pancadaria da grossa sem o uso de bengalas. Haverá algum agente com mais de 65 anos que se lembre que cor de fio cortar numa bomba? Que se recorde de como montar e desmontar uma arma? Que consiga saltar seja o que for? Mesmo para cima de uma passeio. E ver a Helen Mirren num filme de acção? Depois de ter recebido um Óscar de melhor actriz no filme “A Rainha”? É tão fácil de aceitar como se amanhã eu ligasse a televisão e o Marco do Big Brother estivesse a receber o prémio Nobel da Literatura. Se querem ver o filme, vão. Aproveitem e levem o vosso avó, avô e tio avô que ainda julga que está a combater no Ultramar. Eles vão gostar de ir. Vão pôr o sono em dia. E sabem porquê? Porque eles sabem que atravessar fora de uma passadeira é mais perigoso que qualquer coisa que estes actores finjam que estão a fazer.


No que toca ao meu conselho cinematográfico, sigo a mesma linha editorial e menciono “Alka-Seltzerlipse”. O documentário tem 9 horas e meia de duração e acompanha uma semana num lar de terceira idade durante a qual um erro de um dos enfermeiros trocou a medicação a 783 internados. O descalabro alcançou tal proporção que 3 idosos morreram, 78 trocaram de identidade entre si, 321 testemunham ter visto Deus a jogar ping-pong com o Kurt Cobain e 1 acabou casado com o enfermeiro em questão.

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Wednesday, November 10, 2010

37% dos portugueses prefere ter relações sexuais de manhã

ESTUDO RECENTE/GF – Olhe para o relógio mais próximo de si. Já viu as horas? Óptimo. Agora fique sabendo que não interessa onde esses dois ponteiros estão, a não ser que seja de manhã e você não tenha de chegar a horas ao trabalho.
Segundo um estudo recente, 37% dos portugueses prefere a manhã para ter relações sexuais com a cara-metade. “É muito melhor. O ambiente rola, as coisas aquecem, acontece, e só depois… só depois, é que ela acorda, sem perceber o que se passou. É mágico.” confessou Roberto Fonseca, um leiteiro que ainda mora com a mãe. Não muito distantes na estatística estão 32% dos portugueses, que preferem ser acordados a meio da noite para uma “ceia”, independentemente de serem guardas-nocturnos, apresentadoras de concursos de madrugada da SIC ou sonâmbulos. Já à luz do dia, encontramos 21% dos portugueses que acha o meio-dia a melhor hora para ter relações sexuais, o que quer dizer que com a taxa de desemprego em Portugal a 10%, encontramos aqui muitos empresários com “almoços de negócios”. Para finalizar, temos 10% dos portugueses que prefere a hora de deitar para praticar o coito. Faz assim sentido que esta seja a hora menos apetecida, visto que depois do meio da noite, do pequeno-almoço e do almoço, há pouca energia de sobra.



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Monday, November 08, 2010

"Isto é o Q?" #6

Mais do "Isto", sem que nós saibamos ainda o que é.

Neste episódio uma produtora leva o seu trabalho mais longe, até ao coração.
Um anão tenta perceber a homossexualidade para lidar com ela no trabalho.
E Rui Unas anda à porrada com Salvador Martinha.

E eu... tento engatar a Cinha Jardim.
Não, não há publicidade enganosa aqui.
Só há figuras tristes.

É ver.



Sunday, November 07, 2010

Picado vs "A Rede Social"

“A Rede Social” – …Rafael Contra não gosta disto


CONTRA PICADO/GF – Eu não tenho uma página de Facebook porque não tiro fotografias quando vou à praia. Ou sair à noite. Ou à casa-de-banho. Eu não tenho Facebook porque não quero tratar de uma quinta virtual. Ou de uma verdadeira, já que perguntam. Eu não tenho Facebook porque não preciso de uma página de internet para saber que a humanidade é parva, dá erros ortográficos e é pouco interessante. Bastam-me os resultados eleitorais. Eu não tenho Facebook porque para ver mulheres despidas vou sair à noite para o Cais do Sodré e entro em estabelecimentos com pouca luz ambiente. Ou leio os anúncios centrais dos classificados do Correio da Manhã. E eu não tenho Facebook, principalmente e mais importante, porque a minha mãe tem.
Uma pessoa só arranja uma página numa rede social para fazer uma de três coisas: arranjar sexo, arranjar sexo ou controlar os filhos, a ver se eles andam a arranjar sexo. Um aviso para todos os utilizadores de “Facebook”: se não têm amigos na vida real, não vale a pena fingir que têm na internet. As relações de amizade pelo Facebook estão a tornar-se nas conversas de elevador do mundo cibernético. Vazias, rápidas e normalmente desagradáveis para um dos lados. E os amigos de Facebook são os novos amigos imaginários. A verdade é que o “Facebook” não é mais que o “Hi Five” depois de perder a virgindade: já não está tão desesperado, nem tão badalhoco, mas continua com más companhias. Um filme sobre isto é puramente desnecessário. Tanto a internet como o Facebook já são locais onde se mente por definição. Uma mentira sobre uma mentira é só triste – e se não entendem o que quero dizer com “triste”, tomem o cabelo do Justin Timberlake no filme como referência. Se queriam fazer um filme sobre inventores de coisas inúteis, podiam escolher outras coisas ainda mais inúteis como a Segway, a revista “Cais” ou o CDS-PP.

O meu conselho cinematográfico desta semana está relacionado com redes sociais, mas em bom. Karl Karlov Pipo, um ucraniano de meia-idade e meia estatura – é anão – passou 7 meses da sua vida a ser acompanhado por uma equipa de filmagem. Com o objectivo de provar a futilidade e frieza da intimidade criado pelo “Facebook”, por todas as pessoas, locais e objectos que passava berrava a plenos pulmões “Gosto!” enquanto apontava com o mindinho. As 9 horas de filme são uma sequência de 86592 “gosto’s” de Karl, sem parar, sempre a gritar. O filme tem como título “Gostas?”.

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Thursday, November 04, 2010

De Perto Ninguém É Normal #2

Tem 4 minutos.
Só 4 minutos.

Eu não preciso de vos aliciar a carregar play dizendo:
- que (de facto) passou o Nicolau Breyner enquanto filmávamos.
- que (maior parte de vocês) não deve saber se o tomate é um fruto ou um vegetal.
- que o programa é meu e do Pedro Silva e é fixe.

Basta-me dizer que tem só 4 minutos.
Vejam lá, vá.

Wednesday, November 03, 2010

Um terço dos Portugueses sofre de alergias

Esta pessoa é alérgica a que olhem para fotografias dela
ESTUDO RECENTE/GF – Era gozado em criança pelos seus colegas? Há alimentos que não come porque lhe “fazem mal”? É dos sortudos que não oferece flores à sua namorada porque ela incha e pode morrer? Se é, não será surpresa para si que um terço dos portugueses sofre de alergias. Se não é, é de certeza feliz.

“Eu só não gosto dessa mania de culpar a Primavera pelas alergias todas. Há mais reactivos a causar alergias que ninguém se lembra, é uma pouca vergonha…” disse um amendoim que tem um cadastro de 4 engasganços e 18 choques anafiláticos. Sendo que um em cada três portugueses sofre de algum tipo de alergia, o povo português é o que clinicamente se pode chamar de “uma cambada de mariquinhas”. As alergias mais comuns entre os portugueses são a alergia à política, a espanhóis e ao cumprimento de horários. Já as menos comuns são a cerveja, conversas de elevador e reality shows. No entanto, há ainda alguns casos mais estranhos de alergias, como o de um talhante de Monserrate que é alérgico a alergias. Mas não é preciso ir tão longe, mesmo na nossa política se podem encontrar exemplos de alergias: temos um Primeiro-Ministro alérgicos a jornalistas, um Presidente da República alérgico à língua portuguesa e uma oposição alérgica a comboios.

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Monday, November 01, 2010

"Isto é o Q?" #5

Podia parecer que não mas há pessoas competentes no Canal Q.
Há.

Há um comercial competente demais.
Um produtor executivo que é competente da forma errada.
E uma assombração que cumpre a sua função na perfeição.

Tudo isto, com Rui Unas pelo meio.

Orçamento só foi aprovado porque era fim-de-semana de Halloween

BU!/GF – Em fim-de-semana de Halloween, o Orçamento de Estado foi finalmente fechado, num encontro que uniu um Catroga mascarado de “pessoa de confiança do Passos Coelho” e um Ministro da Finanças mascarado de “pessoa razoável”, tudo isto num país mascarado de “Oceanário gigante”.
O acordo ficou finalmente assinado num encontro combinado em casa de Eduardo Catroga. “Reunião? Não lhe chamem reunião. Eu convidei o Ministro Teixeira dos Santos para uma festinha de Halloween em minha casa. Só por acaso é que assinamos o documento, o objectivo era beber uns copos e ver uns filmes de terror”, confessou Catroga, enquanto mostrava outras fotografias mais íntimas que também tinha no seu telemóvel. Mas apesar do casamento da data com o assinar do acordo, havia mais personalidades políticas mascaradas para o Dia das Bruxas. Depois de revelar que se recandidatava à Presidência, Cavaco apresentou a sua máscara de “Novo Santana Lopes”; José Sócrates despediu-se do seu amigo Chávez empunhando a sua máscara de “Obama”; Passos Coelho, mudo e calado durante tudo isto, “ostentava orgulhosamente a sua máscara de ”Manuela Ferreira Leite”.

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