“A Rede Social” – …Rafael Contra não gosta disto
CONTRA PICADO/GF – Eu não tenho uma página de Facebook porque não tiro fotografias quando vou à praia. Ou sair à noite. Ou à casa-de-banho. Eu não tenho Facebook porque não quero tratar de uma quinta virtual. Ou de uma verdadeira, já que perguntam. Eu não tenho Facebook porque não preciso de uma página de internet para saber que a humanidade é parva, dá erros ortográficos e é pouco interessante. Bastam-me os resultados eleitorais. Eu não tenho Facebook porque para ver mulheres despidas vou sair à noite para o Cais do Sodré e entro em estabelecimentos com pouca luz ambiente. Ou leio os anúncios centrais dos classificados do Correio da Manhã. E eu não tenho Facebook, principalmente e mais importante, porque a minha mãe tem.
Uma pessoa só arranja uma página numa rede social para fazer uma de três coisas: arranjar sexo, arranjar sexo ou controlar os filhos, a ver se eles andam a arranjar sexo. Um aviso para todos os utilizadores de “Facebook”: se não têm amigos na vida real, não vale a pena fingir que têm na internet. As relações de amizade pelo Facebook estão a tornar-se nas conversas de elevador do mundo cibernético. Vazias, rápidas e normalmente desagradáveis para um dos lados. E os amigos de Facebook são os novos amigos imaginários. A verdade é que o “Facebook” não é mais que o “Hi Five” depois de perder a virgindade: já não está tão desesperado, nem tão badalhoco, mas continua com más companhias. Um filme sobre isto é puramente desnecessário. Tanto a internet como o Facebook já são locais onde se mente por definição. Uma mentira sobre uma mentira é só triste – e se não entendem o que quero dizer com “triste”, tomem o cabelo do Justin Timberlake no filme como referência. Se queriam fazer um filme sobre inventores de coisas inúteis, podiam escolher outras coisas ainda mais inúteis como a Segway, a revista “Cais” ou o CDS-PP.
O meu conselho cinematográfico desta semana está relacionado com redes sociais, mas em bom. Karl Karlov Pipo, um ucraniano de meia-idade e meia estatura – é anão – passou 7 meses da sua vida a ser acompanhado por uma equipa de filmagem. Com o objectivo de provar a futilidade e frieza da intimidade criado pelo “Facebook”, por todas as pessoas, locais e objectos que passava berrava a plenos pulmões “Gosto!” enquanto apontava com o mindinho. As 9 horas de filme são uma sequência de 86592 “gosto’s” de Karl, sem parar, sempre a gritar. O filme tem como título “Gostas?”.
As seen on O Indesmentível.
Sunday, November 07, 2010
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2 comments:
é triste ver opiniões tão ridículas sobre o Facebook.
Via as coisas um bocadinho dessa maneira, mas a verdade é que o Facebook, é um Twitter dos amigos e mais que um sítio para arranjar sexo, é de partilha de links.
Às vezes acho-te piada, mas falas um bocadinho de mais só para ter piada. Dou-te um desconto.
Obrigado pelo teu comentário, João.
Eu, Guilherme Fonseca, não vi o filme. Quero ver mas não tive tempo e não consegui convencer o meu melhor amigo a vir vê-lo comigo e com a minha namorada. Ele acha que nos vamos comer o tempo todo e que isso o vai perturbar. Eu acho que a sala está escura o suficiente e que desde que ele não coma nenhuma das pipocas, que aquilo não se torna uma menage a trois.
Em relação a Facebook, eu tenho. E gosto. E quem tem também é o site humorístico "O Indesmentível" para onde o "Rafael Contra" escreve este texto. Não sei se conheces este site humorístico, mas como site e como local humorístico, é dos melhores em Portugal. E podia sê-lo só por ter Facebook mas o Roberto Leal também tem, o que tira um bocado a força à coisa.
Agora vou ver fotos de pessoas em fato de banho, porque toda a gente tem, no Facebook - Sabias que é por isso que não deixo a minha mãe arranjar Facebook? Ufa.
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