O meu último vício é a leitura...
Nunca antes na minha vida tinha tido vontade de ler antes de adormecer. Só mesmo fazer zapping até desligar completamente. Talvez tocar-me. Viva a minha adolescência triste. Mas nunca, nunca tinha tido vontade de ler.
O que me traz aqui é um livro maravilhoso que ando a ler. Não é um romance profundo. Não é um thriller assustador ou uma "King'szada" de terror. É simplesmente um manual de etiqueta para grunhos.
"Boas Maneiras Modernas" é um livro estúpidamente irónico que goza com a etiqueta sem nunca perder a postura. Durante 270 páginas, P. J. O'Rourke, um político, jornalista, escritor e humorista, escreve um manula de etiqueta e boas maneiras para qualquer grunho actual.
Com um sentido de humor absolutamente aguçado e prespicaz O'Rourke divide o livro em categorias como "comer", "casamento", "engates", "drogar-se" ou "fazer sexo", sempre explicando ao leitor como deve comportar-se correctamente, aos olhos da sociedade.
Por exemplo, 0'Rourke fala sobre como fazer o seu nome soar mais chique, como se comportar numa festa ou o que dizer para quebrar o gelo com quem não conhece.
"Se der consigo no meio de estranhos ou de pessoas que não conhece bem e quiser quebrar o gelo, pergunte-lhes se querem foder. A pergunta é lisonjeira, diz-lhes respeito pessoalmente, e vai conduzir a imensos mexericos interessantes."
Ou porque não sobre sexo oral:
"O sexo oral está muito na berra. É mesmo preferido ao mais corriqueiro. É preferido porque é a única maneira que a maior parte de nós tem de fazer com que os parceiros se calem."
Ou ainda por exemplo, como se marca um encontro:
"Os encontros românticos costumavam marcar-se com dias ou mesmo semanas de antecedência. Actualmente, os encontros têm tendência para ser marcados no dia seguinte. Isto é, recebemos um telefonema de alguém que diz:" Se te perguntarem, estive a jantar contigo ontem, certo?"."
A edição que comprei é da colecção "E agora para algo completamente diferente" das Produções Fictícias. O tradutor, chamado José Judice, teve a liberdade de fazer algo que em muito faz o livro ganhar. As referências humoristicas do senhor O'Rourke datavam ao universo Estados Unidos da America, ano de 1983. O que José Judice fez foi livremente adaptar as piadas para a nossa sociedade de agora. Não perde nada com isso e até se ganha na mensagem do livro. Parabéns pelo risco que correu, senhor Judice, meu amigo tradutor.
Estou a lê-lo a um velocidade criminosa e aconselho-o a todos os que tiverem os 14 euros que custa. É absolutamente delicioso, sarcástico e proibido, se se chamar Paula Bobone.
Devia fazer parte de todas as prateleiras.
Hug,
gui
Sunday, April 06, 2008
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8 comments:
ai ai esse sexo oral... :P
Parece-me interessante. Também pela parte do tradutor ter conseguido melhorar a obra, porque muito que gostasse, nem sempre é assim. Mas referiste um motivo pelo qual as pessoas não lêem mais, o preço dos livros. Ainda bem que há outras soluções, como downloadar os livros como eu faço.
Kiss* EL (despedida à gui=)
N,
...qual? :P
El,
Fazes download de livros? Ja tinha ouvido falar disso mas nunca tinha conhecido ninguém que de facto praticasse. É caro? Onde se faz? Há em várias linguas?
Teach me!!! :P
bjinhs e hugs,
gui
Bemum aplauso a ti por falares de sexo oral na blogosfera! xD
Pelo pouco que sei sobre audio books não os encontro fora de sítios ílicitos... *assobia*
Mas continua a ser mais giro lê-los! ;)
Um Abraço de um Gui para Outro! ;)
Registei.
Download de livros? Em qualquer sítio, quase.
Podes te intrometer na boa! :P EHEHEH
É das bandas preferidas da minha miuda lol "Os Ladrões de Rins", nem todas as bandas são normais não é?
Quanto ao sexo oral, acho muito bem! Mais Sexo Oral na blogosfera! EHEHEH
Abraço
Gui
Também gostei muito do livro. É daqueles que frase sim, frase não no fazem rir. No entanto não concordo contigo com o facto de concordares com a opção do Nuno Júdice... Por muito datadas que fossem as referências americanas acho que aquelas portuguesices metidas a martelo não resultam muito bem. Na minha opinião teria sido muito melhor colocar as referências como no original e naquelas mais complicadas colocar uma nota do tradutor. Acho também que ao tomar essa opção, para além de não ter um bom resultado, é uma maneira de subestimar o leitor do tipo "de certeza, que eles não percebem, deixa lá meter uma referência ao Jet7 português para estes burros entenderem melhor o livro". Americanizados como estamos, de certeza que perceberíamos a maior parte... Mas obviamente que percebo o objectivo do tradutor e respeito a sua opção... É só a minha opinião...
Continuação de um bom trabalho!
www.ocortaunhasmelancolico.blogspot.com
Oi Woody,
Bem vindo aqui ao meu espaço na net. E para falar de literatura és sempre bem vindo. Isso e outra coisa qualquer.
Para dizer a verdade, ao início concordei contigo. Achei que algumas referências "alteradas" fossem um pouco forçadas, mas eu acredito que me perde-se no meio daquele universo politico e social americano ao fim de 20 páginas.
Quando lemos uma piada escrita por um autor americano e a piada acaba em "...e a Manuela Moura Guedes é que é mal criada!" faz um pouco de confusão, é "farçola" na procura de melhor termo, mas se fosse uma apresentadora qualquer que eu não conheço duma realidade que eu não vivo, de um ano em que não estava vivo, ia-me perder...
Acho que é uma decisão muito dificil do tradutor escolher fazer este tipo de "mudança" ou deixar e explicar as piadas todas. Eu não sei o que fazia... lol portanto concordo contigo mas não me importo tanto com o resultado como tu.
Sim, é verdade que parece um pouco um chamar de "estúpidos" ao leitores, mas a verdade é que no universo do livro somos um pouco.
Foi uma opção e apesar de me fazer comichão como a ti, acho que o livro não perde em naa e merece ser lido. =)
Obrigado pelo "In put", woody! =)
hug,
gui
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