“Thor” – …uma espécie de FMI para o nosso QI
CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a urinar lâminas de barbear enquanto me lapidam com cópias do livro “Um Homem Invulgar” da Felícia Cabrita e o Paulo Futre me conta anedotas de chineses. Isto tudo num dia de chuva ácida, claro. Fiquem sabendo que o verão não chega com o calor – e as camisolas de alças no metro, as sandálias com cheiro a chulé nos autocarros ou a gritaria com sotaque francês nas praias portuguesas. Não chega com os casamentos reais, os reality shows deprimentes em tribos africanas ou os concursos de talentos ganhos por pessoas com problemas de saliva. O verão só chega verdadeiramente com as adaptações de bandas desenhadas para cinema. É nessa altura que sei que me quero matar. Pelo menos um bocadinho mais do que o resto do ano.
Se há “Sozinho em Casa” no Natal e “Capitães de Abril” no 25 de Abril, há heróis americanos vertidos de licra num cinema perto de si, assim que cheire a Maio. E é fácil de detectar. É só seguir a gritaria das crianças, o mastigar de pipocas de boca aberta ou as conversas sobre tunning e modding à porta das salas de cinema. É a maneira que Hollywood tem de fazer dinheiro. Ou melhor, mais dinheiro. Desta feita é “Thor” que vem provar que no que toca a criatividade, os nerds americanos têm tanta como o compositor dos jingles de anúncios a super mercados. A forma como se inventam heróis americanos é fácil. Primeiro escolha um nome estranho e impronunciável (será o nome do planeta de onde a sua personagem vem). Depois escolha um utensílio que se venda no IKEA (que será a arma da sua personagem). Por fim arranje-lhe uma fobia parva e estranha de que só o vilão tenha conhecimento (como medo de água, pedras esquisitas do planeta de origem ou uma dívida enorme na segurança social). Depois leve a sua personagem ao ginásio de maneira a ficar “inchado”, ponha-lhe uma gaja boa ao lado e sirva isto tudo com muita explosão e pouco QI. Ficará al dente para todos aqueles que achem que Nero é mais nome de cão do que de Imperador.
As seen on O Indesmentível.
Sunday, May 01, 2011
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