Monday, February 28, 2011

"Isto É O Quê?" #22

É um dos meus sonhos de pequenino.
Ter um bar de strip.
Era "ir a um bar de strip" mas como já fui, passou a ser ter um.

Como a redacção do Canal Q costuma estar vazia aos sábados, tratou-se de ficcionar as nossas vontades.
De ATL's a casas do Benfica, passando por massagens entre mulheres e um programa de madrugada, temos de tudo.

Cuidado é com os chineses.
Eles têm lá a trindade.

E eu que até gosto dos Oscares...

Perdoem-me.
Mas uma cerimónia em que a introdução é um cliché de um cliché.
Em que os apresentadores davam ar de querer estar no sofá, em casa.
E onde a Celine Dion canta... é uma má cerimónia.

A organização do evento esteve durante semanas a publicitar que queria apelar a um público mais jovem. Que queria um público mais actual. Aquele que "gasta dinheiro", sabem? E por isso, escolheram dois actores saídos da puberdade - calma, lembrem-se que o Kirk Souglas subiu a palco. É por comparação. - provando mais uma vez que há um problema grave de apresentação nos Óscares.

Durante anos foram comediantes a apresentar. Nunca houve problemas.
Há uns anos tiveram o Jon Stewart. Parecia o Bob Hope dos nossos dias. Foi espectacular. Não o chamaram outra vez.
Depois puseram o Hugh Jackman. Dançou, cantou, deixou as velhas guardas dos Oscares com ponta. Mas cansou a população mundial que não tinha acções do evento e as audiências sofreram.
No ano seguinte, puxaram pelo lado cómico-vintage do evento. Alec Baldwin e um ressuscitado Steve Martin disseram piadolas a gozarem um com o outro. Um "bro hosting" para velhotes de cabelo branco. As audiências continuaram a sofrer.

Este ano optaram por chamar a Anne Hathaway e o James Franco para apresentar. Ops. O James Franco quis ser de facto "jovem" e fumou coisas de "jovens" e a Anne Hathaway só se ria como uma pita que entra no mesmo elevador do cast do "Twilight". No que toca à execrável, lenta e desconfortável apresentação houve dois momentos que serviram de atestado de incompetência: um velho de 736 anos chamado Kirk Douglas e o Billy Cristal estiveram 5 minutos cada um em palco e fizeram o público rir-se mais do que os apresentadores durante toda a sua carreira. O momento de revista portuguesa em que o Franco aparece vestido de mulher é a metáfora mais acertada da noite.

Nem no ano da greve dos argumentistas - que contou com um guião de evento escrito em cima do joelho a 4 horas de chegarem as limusinas - a coisa foi tão insossa. É que mesmo os apresentadores sabiam que iam rematar ao lado. Estarem semanas antes do evento a dizer em todas as entrevistas que "não somos comediantes, somos actores" devia ter sido traduzido como "nós não vos vamos fazer rir, só fomos pagos para estar lá".

É muito complicado apelar a todo o público do Óscares. Eu sei. Mas se por um lado há uma grande fatia de judeus ricos e conservadores, do outro há a comunidade que paga bilhetes no cinema, que é jovem, inteligente e fã de boa comédia. Que sentido faz terem o Billy Cristal a apresentar apenas um prémio e dois apresentadores perdidos, desconfortáveis e arrependidos o tempo todo? Chamem o Gervais. Chamem o Jon Stewart. Bolas, chamem o Kevin Spacey.

A escolha destes dois para apresentar era sempre uma merda. Até resultar.
Como não resultou. É só uma merda.

A única coisa que me surpreendeu foi o "Oscar de melhor filme".
A organização fartou-se de dizer que queria apelar ao público jovem - e até teve a coragem de mostrar imagens do "Twilight" em plenos Óscares. O mundo árabe revoluciona-se e fá-lo sempre através do Facebook. O Zuckerberg é brilhantemente imitado em ecrã e é mais judeu que toda a produção dos Óscares no dia de Hanukkah. Tudo fazia indicar que o lobby do "eu gosto" iria fazer história. Mas eis que entra um rei gago e me fode as apostas. Eu adorei o "Discurso do Rei". É um filme que merece tanto prémios como ser visto. Mas também é um filme que podia ter saído tanto este ano como em 2014. Inexplicavelmente o filme sobre o site de internet mais importante e marcante da década - em termos económicos, políticos e sociais - recebe um "maybe attending" que se lixa.

Os prémios até foram justos.
A apresentação foi má ao ponto de me fazer desejar que a Barbara Guimarães aparecesse e salvasse a noite.

Aos Óscares 2011 digo: não fosse a Mila Kunis e a aparição do Delorean, eu queria ter fumado o que o James Franco fumou.

Acabo deixando aqui as parvoíces que fui dizendo ao longo do evento no Facebook.
Foram escritas de madrugada. Com sono. E irritado porque o "Inception" não estava a ganhar nada.
Mas percam tempo a lê-las. Vão rir-se mais do que com todo o texto dos apresentadores.

"O True Grit é definitivamente o mais fraquinho dos "grandes". E o Braga, vá."


"A julgar pela cor dos dentes do James Franco, ele cortou o braço foi à dentada."


"Não deviam interromper os discursos longos com uma orquestra. Deviam fazê-lo com uma arma."


"Se a Celine Dion cantar alguma coisa hoje, eu corto um braço."


"Já ouvi um "Fuck" nos Óscares. Já posso morrer."


"Se alguém se cruzar com a Mila Kunis, digam-lhe que "96 885 38 ..."."


"Para se estar nomeado para "Melhor Actor Secundário" é preciso parecer que se tem um problema de drogas. É isso?"


"Ao Bale não deviam dar uma estatueta. Um director de fotografia para espancar é mais a cara dele."


"Ok. Esqueçam tudo o que eu disse até agora. Se se cruzarem com a Scarlett digam-lhe que "96 885 38 ..."."


"Não sabia que estava a assistir a um exame de matemática do 9º ano. Cábulas?"


"Olha. A música que os Black Eyed Peas foderam à bruta."


"Eu ainda sou do tempo em que quando se apostava em curtas com putos cancerígenos, se acertava."


"Foi o Bansky que pintou a cara à Oprah?"


"O meu mac está com "14%" de bateria. Já é alguma coisa que tem em comum com o James Franco."


"Nota-se mesmo que a Jennifer Hudson foi ver o "127 Horas" e que aquilo lhe deu a volta ao estômago."


"James Franco, dá-te por sortudo de não haver controlo anti-dopping nos Oscares."


"Vê-se mesmo que é a TVI... isto está a acabar com putos a cantar."


"Amanhã não se esqueçam de avisar toda a gente: os links que disserem "os melhores momentos da cerimonia" são vírus."






Até 2012.

Friday, February 25, 2011

Guarda prisional acusado de usar excesso de miminho para com prisioneiro

CAFUNÉ/GF – Esta semana foram divulgadas imagens chocantes de um guarda prisional a deitar um prisioneiro ordeiro na sua cama, afagando-lhe o cabelo e apagando-lhe a luz para este dormir. Isto tudo depois de o atingir pacificamente com um beijo de boa noite na testa.
As imagens estão a causar polémica pelo grau de mimalhice com que o guarda trata o prisioneiro mas fonte da prisão revela que estes bons tratos não são novidade. “Não sou de intrigas, mas há quem já tenha visto esse mesmo guarda a ajudar o recluso a fazer a cama, de manhã.” disse outro guarda da mesma ala prisional que prefere ficar anónimo porque trafica soja para dentro da prisão. O excesso de mimo e as palavras proferidas ao prisioneiro estão registadas, gravadas e já foram publicadas na internet. É possível ouvir-se o guarda a dizer ao prisioneiro que ele é “boa pessoa” ou que “até está mais magro”, sem qualquer respeito pelo mesmo. O agente já se defendeu das acusações, apelando estar apenas a seguir ordens do estabelecimento sempre que o ajuda a escolher o que vestir de manhã. O caso está agora a ser julgado e o guarda prisional enfrenta uma possível coima de 300 dias de pequeno-almoço na cama.



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Thursday, February 24, 2011

Picado vs "127 Horas"

“127 Horas” – …é a duração que o filme parece ter

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar drogado depois ter snifado cola UHU fora de prazo, enquanto estou preso num saco para cadáveres, dentro da mala do carro do Toy e este conduz com os pés, a 300km/h, por cima de todas as lombas de Linda-a-Velha. Isto tudo, obviamente, durante 127 horas seguidas. O que se faz durante 127 Horas? Em Portugal, espera-se numa Loja do Cidadão. À conversar com o Eusébio, demora-se a perceber o que ele está a dizer. Na cama do Sting, faz-se sexo. 127 horas são 5 dias e picos. É exactamente o tempo que eu preciso para recuperar a consciência sempre que vejo a capa do Correio da Manhã, sem querer, num quiosque. Não é, nem nunca será, o tempo durante o qual eu quero ver um perito em escalada a ouvir o seu próprio eco. E um homem que fica preso numa pedra é um filme? Já estou a ver mais sequelas centradas noutras personagens retidas contra a sua vontade: “Preso no trânsito”! “O elevador parou”! “À conversa com a minha porteira quando estou atrasado para trabalhar”! A escalada só serve para pôr crianças a temerem pela sua vida durante férias de verão. A sério. Expliquei isto durante anos aos meus pais mas eles não acreditaram em mim. Pelos visto Hollywood é gerida pelos meus progenitores.
Mas cá temos “127 Horas”, um drama regado com suspense. Porquê? Porque nos faz chorar de termos perdido o nosso dinheiro depois de nos fazer acreditar que o projector talvez falhe e possamos ir para casa mais cedo. O problema é que só podemos ir para casa depois do coitadito cortar o próprio braço. Esta ideia está mal aproveitada. O filme teria muito mais sucesso se ele tivesse cortado não o braço mas a língua, e logo no primeiro minuto de filme. “Auto-mutilações” são coisas que gostamos de ver no “Portugal Tem Talento” e que esperamos ver em sessões parlamentares. Não é algo que gostemos de ver montanheiros a praticar. Até porque esses praticar é mais sexo com ovelhas. São outras coisas que eles gostam de entalar. Vão ver o filme, se fazem questão. Não vos vou entalar um dedo numa porta para vos impedir. No entanto, tenham noção que no final do filme, é isso que vão ter vontade de fazer.
AVISO: vários espectadores desmaiaram ao ver este filme. Eu tenho de confessar que também. Não por causa da violência do mesmo mas porque enfardar pipocas de centro comercial sentado ao lado de pessoas cuja higiene pessoal é feita apenas e só em dias de contratações do Sporting, dá mau resultado.

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Wednesday, February 23, 2011

Segundo cientistas, há pinguins fêmea a dedicarem-se à prostituição

ESTUDO RECENTE/GF – Segundo cientistas, há algumas fêmeas Pinguim De Adélia que trocam actos sexuais extra-conjugais por pedras melhores para os seus ninhos. Esses mesmo cientistas estão agora a tentar perceber se isto se dá unicamente pela sobrevivência da espécie, ou se também é uma “granda desculpa para se comerem uns aos outros”.
Depois de uma observação minuciosa concluiu-se que estes actos sexuais em troca de bens materiais se dão maioritariamente quando o macho do “casal” está longe, em “viagem de trabalho” como os próprios afirmam. Ou seja, esta reivindicação sexual feminina parece ser também uma retaliação, já que todos os anos, várias fêmeas apanham os machos a ver actos sexuais filmados e divulgados na internet, muitas vezes inter-raciais. Os cientistas explicaram ainda que há algumas pinguins fêmea que conseguem também as ditas pedras para os ninhos sem a própria relação sexual, apenas com promessas da mesma, alimentadas a provocações por sms’s, telefonemas anónimos e troca de imagens por email. Estas pinguins fêmeas podem ser encontradas em locais escuros e soturnos do Polo Norte, Sul e Intendente vestidas com cintas-de-ligas ou minisaias. No entanto, as surpresas no mundo animal não se ficam por aqui. Há registo de várias hienas com problemas de dependência de drogas duras, pandas apanhados em fraudes bancárias e de piolhos homofóbicos, com tendências de extrema-direita.



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Monday, February 21, 2011

"Isto É O Quê?" #21

Não quero falar deste episódio.

Quero dizer que é sobre porno.
E que mete o meu cão.

Mais nada.

Sunday, February 20, 2011

7 dias #12: rescaldo

É karma.
Justiça divina.
Ou coincidência - se não forem fãs da Margarida Rebelo Pinto, claro.

Mas aconteceu. Na semana em que volto regularmente ao ginásio, acabo a cruzar-me com a minha treinadora. Sim, aquela senhora que quando me inscrevi por lá, me delineou todo o longo plano de tortura que eu teria por aquelas máquinas. Que me mediu pulsações, ritmos cardíacos e a vontade de andar por lá.

"Ao tempo que não te punha os olhos em cima, guilherme" - disse a minha Jilian.
"Pois. É o costume. Vocês treinadores ao início metem cá os pés e depois começam a deixar de vir..." - respondi-lhe eu. E ela não se riu.

Soube-me bem voltar ao ginásio. Por várias razões.
Primeiro, porque sabe bem ir ao ginásio. As pessoas que praticam desporto sabem que, apesar de estarem cansadas quando terminam, se sentem bem. Que há uma sensação de bem estar que fica no corpo no final do exercício físico. E segundo, porque ir ao ginásio dá permissão para se comer o que se quer. Não que eu seja paranóico, só não quero ficar gordo. Se gordura era formosura, hoje em dia tem cura. Gosto de acreditar que tenho um equilíbrio saudável entre querer fazer o exercício pelo exercício e fazer o exercício pelo que o exercício faz por mim.

O mesmo já não sei se posso dizer da maior parte das pessoas que andam no meu ginásio. Há demasiadas pessoas que levam o ginásio demasiado a sério. São mesmo uma espécie. Um animal de habitat natural óbvio e cada vez menos risco de ficar em vias de extinção.
O engraçado é que as diferentes personalidades de um ginásio têm diferentes horários.
Se vocês forem ao ginásio de manhã, por exemplo, vão apanhar velhotes. Cinquentões e adiante que com medo que uma veia se lhes entupa na testa, começam a correr. E a esticar-se. E a fazer, basicamente, figuras tristes. Eu quando imagino um senhor de 65 anos, imagino-o a jogar à sueca numa tasca. Não o quero ver num colchão de espuma a encostar um joelho a uma sobrancelha, todo vestido de spandex. Sou totalmente a favor do exercício físico na terceira-idade, mas nunca com roupa justa. E muito menos ao meu lado.

Já durante a tarde aparecem as tias desempregadas, movidas a injecções de capital dos maridos, e os desempregados. Talvez até alguns estudantes. Basicamente, a malta que não trabalha, como diz a letra dos anúncios da Nestum, "das nove às cinco". A malta que pode "passear" calmamente pelas máquinas, como quem visita um museu interactivo. Das tias que andam no ginásio para dizerem que andam no ginásio aos desempregados que andam no ginásio para se obrigarem a sair de casa, a tarde é levada a meio gás.

Ao final da tarde, entra a "happy hour". Os engravatados. Os body builders. E as gajas boas. Basicamente, um ginásio às 19h tem a mesma afluência de uma orgia no quarto do Berlusconi. Torna-se impossível conseguir um lugar para estacionar numa passadeira.
Há os "maratonistas" - que vão ao ginásio para correrem durante 4 horas e meia sem parar nas passadeiras, salpicando pingas de suor para todo o lado como se fossem sistemas de rega;
As "dondocas" - gajas boas que visitam o ginásio para usarem a máquina dos degraus durante cerca de meia-hora, com interrupções de 5 em 5 minutos dos treinadores a perguntarem se "precisam de alguma coisa";
Os "engravatados" - que correm do trabalho para o ginásio para se sentirem tão, mas tão yuppies que o gel no cabelo, o BMW na garagem e os 15 dias na neve devem estar colectados na bolsa;
E os "blindados" - a malta, que de diferença para um tanque de guerra só têm a portabilidade. Só lhes falta perceber que se vão ao ginásio mais que as empregadas de limpeza do mesmo, há qualquer coisa errada.

Mas não importa onde é que vocês se enquadram.
Só farão parte de um ginásio quando gemerem profundamente de dor ao levantar um peso. Mesmo que esse peso seja uma folha A4.

A verdade é que se se estão a rir destas pessoas, elas é que deviam estar a rir-se de vocês.
Porque é que não vão ao ginásio? É uma dor? É falta de tempo? É a deslocação? É o tempo?
É uma bela merda, é o que é. A preguiça não se vê, ouve-se. E tem o som de uma desculpa esfarrapada.
Até já existem exercícios de fazer em casa, como o youtube, a Wii ou a tele-vendas. Chegamos a um ponto na actualidade, em que para fazer ginástica basta que se tenha pulsação.

Não há qualquer desculpa para não eu ir ao ginásio mais vezes por semana.
Não tenho de seguir todo o plano de "enchimento" à risca. Posso passar por lá só para correr 20 minutos. Ainda para mais quando demoro 1 minuto a lá chegar. Tenho, de certeza, 30 minutos da minha vida, 3 vezes por semana, para dar a um ginásio.

Pelos meus 60 euros de mensalidade.
E pelos meus 60 anos de idade.
Que um dia quero ser o velhote de joelho na sobrancelha.

Night 1

Friday, February 18, 2011

Arrombamento de portas em Portugal é feito esperando-se que a madeira decomponha

ESTE AGENTE ESTÁ A ARROMBAR ESTA PORTA
PEDINDO-LHE “COM JEITINHO” QUE SAIA DA FRENTE
JENGA/GF – Após a divulgação do caso da idosa encontrada morta dentro da sua própria casa, foi posto em causa o arrombamento de portas pelas autoridades portuguesas e ficou a saber-se que “esperar-se que a madeira decomponha” e o “poder da mente” são os métodos mais usados. Segundo o Sindicato da Polícia, os métodos agressivos para arrombamento de portas são “altamente desaconselhados” visto que aumentam a probabilidade de danificar fardas, material policial ou ainda “as unhas dos agentes”. O método aconselhado é longo mas, segundo as autoridades, surte efeito. “Segundo a ciência actual, a madeira demora décadas a apodrecer. Assim sendo, o agente só tem de esperar, evitando ser processado por arrombamento sem mandato.” explicou um enviado do Sindicato da Polícia antes de explicar que a decomposição orgânica é mais rápida que conseguir um mandato em Portugal. Fonte do Sindicato da Polícia revelou ainda que “há vários Polícias que só arrombam talhos. O facto de terem fitas penduradas ao invés de uma porta faz com uma simples ventania acelere todo o processo.” Concluiu depois dizendo que para casos mais graves “o agente é ensinado a esperar que ocorra um assalto na residência e só depois aproveita para entrar”.


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Thursday, February 17, 2011

Picado vs "Despojos De Inverno"

“Despojos De Inverno” – …é só isso que este filme é

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a ser pregado a um cartaz de campanha do PNR por cronistas sociais de canais generalistas, isto tudo no meio do palco do “Portugal Tem Talento”, enquanto estou rodeado por concorrentes do “Biggest Loser” que me usam como passadeira de ginásio, à vez. Se eu apreciasse e visse filmes como vocês, espectadores “normais”, discutia explosões e decotes em casas de banho de centros comerciais, de pila na mão e pipocas no bucho. Se eu fosse um crítico cinematográfico como aqueles que vocês lêem nos jornais, aproveitava o título do filme, fazia uma bela metáfora com a história da formiga e da cigarra, revelando que a “profundidade deste filme está nos despojos emocionais que recolhemos ao longo da nossa vida” e depois ia para casa masturbar-me ao som de fado corridinho. Só depois cortava um pulso. Como sou um apreciador correcto, de cinema verdadeiro, digo-vos apenas que “Despojos De Inverno” me provocou mais azia que o Dia dos Namorados.
Ouçam, os americanos não sabem fazer drama porque não sabem estar tristes. Quando ficam deprimidos, tomam comprimidos. Ou compram uma arma e visitam uma escola secundária para praticar tiro ao alvo. Se fosse um filme sobre bater em povos de terceiro mundo, ou sobre comer, os americanos seriam perfeitos. Para fazer chorar, são tão capazes como o Berlusconi é em manter o órgão sexual dentro das calças. E isto tudo em mais um filme sobre droga. Não chega? Já há tanta droga na cinematografia mundial como no sangue do José Carlos Pereira. Chega. Se ao menos a história da filha que persegue o pai estivesse bem explorada, mas não. Lá anda a menina labrega a correr pelo meio dos bosques quando, se calhar, bastava ir ver a última actualização no Facebook do paizinho. Querem mesmo ver este filme? Façam-no, então. Mas antes procurem um dealer, como o pai da protagonista, comprem-lhe produto, injectem entre dois dedos dos pés, deixem a moca bater, assaltem uma bomba de gasolina, violem uma ovelha num beco escuro, espanquem um Polícia à porta de uma esquadra, gastem todo o vosso dinheiro em prostituição infantil e depois sim, entre na sala de cinema para ver isto. Só dessa maneira, estes 100 minutos serão algo de bom na vossa vida.

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Wednesday, February 16, 2011

O meu primeiro viral

Eu não sei quantas piadas escrevo por dia.
Devem ser dezenas. Em vários formatos. Feitios e níveis de qualidade.

Mas entre as que não prestam e as que não estão assim tão boas, há umas que resultam.

A sexta-feira passada acertei mais na mouche do que alguma vez tinha feito.
Uma notícia que escrevi para o Indesmentível, em apenas 5 dias, está a ganhar proporções jeitosas.

Foi partilhada mais de 16 500 vezes no Facebook e já tem mais de 24 000 leituras.
Houve até quem a copiasse e colasse como se fosse sua, no site d'A Bola.
É o meu primeiro viral. Porque às vezes também acerto.

Por isso, tenho de agradecer ao Bettencourt, ao Costinha e ao Liedson.
Sem eles, não teria sido possível escrever este texto.

Se gostam, partilhem.
Está a ser o meu primeiro grande cartão de visita.

Uma mulher passa em média 16 meses da sua vida a chorar

ESTUDO RECENTE/GF – Um estudo recente, divulgado num site sobre bebés, revelou esta semana que em média uma mulher passa 16 meses da sua vida a chorar. O equivalente a 12 mil horas. Ou 5853,65 visualizações do filme “Diário Da Nossa Paixão”.
Durante uma média de 78 anos de vida – e isto já descontando os anos que fica morta em casa, sem ser encontrada – o estudo descrimina o choro por diferentes idades: em bebé, a mulher chora porque tem fome, quer dormir ou a metem a ouvir músicas do André Sardet; na adolescência chora por causa de desgostos amorosos, perdas familiares e porque ficou sem saldo no telemóvel; na idade adulta já só choram por causa de stress ou porque quer fugir a multas de estacionamento. No caso dos homens, é mais difícil quantificar o choro, já que a tristeza não está relacionada com o sexo mas sim com as opções clubísticas. Fique ainda sabendo que os portugueses choram em média 2 a 3 vezes por semana, o que coincide exactamente com a quantidade de vezes que a Barbara Guimarães fala durante o programa “Portugal Tem Talento”, da SIC.



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Monday, February 14, 2011

7 dias #12

"Eu vou amar-te para sempre".
"Só vou comer mais este rissol".
"Tens isso pronto amanhã".
"Está marcado às 10h, eu apareço lá às 10h".
"Vou começar a ir ao ginásio todas as semanas".

É engraçado como fazemos da falta de cumprimento das promessas motivo de linchamento público de políticos mas nós, enquanto seres preguiçosos e lentos, conseguimos ser piores do que eles.

Vocês cumprem o que prometem? Não, a sério. Cumprem? Quantas vezes por dia se desculpam? Ou melhor ainda. Das decisões de novo ano que tomaram, quantos de vocês já quebraram? Não iam deixar de fumar, suas grelhas do Chimarrão? Não iam começar a ir ao ginásio 2 vezes por semana, seus potes de sebo? Pois. Mas não vão. Nem deixaram.

Eu não gosto de promessas. Gosto de desafios. Entre palavras que caem em saco roto e jogos que me desafiam com retorno, eu prefiro sempre o segundo. Enfiar uma uva passa na boca à meia-noite de um dia 31 e prometer meia dúzia de coisas não tem fundamento. Penalizar-me, desafiar-me e puxar por mim, tem. É o meu lado competitivo a trabalhar na perfeição com um instinto qualquer suícida que eu acho que tenho.

Sempre pratiquei desporto. Em pequeno era gordo - daqueles que têm 3 queixos e tudo - e com o tempo fui tendo cuidado comigo. Pratiquei quase tantos desportos como há palavras que o Jorge Jesus não sabe o que querem dizer num dicionário. Futebol, Volleyball, basketball, golf, natação, rugby, e a lista continua. A certa altura da minha vida até me forçava a correr 3 vezes por semana. Cheguei a ser o otário que subia e descia o Parque Eduardo Sétimo às 21h da noite, de um dia de chuva. Sim, era eu.

Depois comecei a sentar-me atrás de um pc. O tempo para o desporto foi dando espaço ao tempo para ganhar dinheiro ao fim do mês. E o espírito de grupo, de camaradagem e a competição, foram substítuidas por barras de metal num ginásio ao pé de casa. Actualmente jogo futebol às segundas todas as semanas, ocasionalmente às quartas, e jogo basketball todos os fins-de-semana. Como não chegava - e apesar de sempre ter preferido fazer desporto em equipa - há uns meses decidi inscrever-me num ginásio. Comecei por ir três vezes por semana. Desde dezembro... que não meto lá os pés.

E isto é uma estupidez. Primeiro porque são 60 euros que estarem a ir para o Ginásio Clube Português ou para acções do BPN, é a mesma coisa. E segundo, porque me faz falta. Não, não sou um daqueles paranóicos de ginásio que precisa de cheirar a suor de 48h em 48h para poder ingerir 1 caloria. Eu quando como não faço contas. Mastigo. Mas durante tantos anos pratiquei desporto que hoje em dia sinto que preciso. Faz-me falta. À falta de melhor termo, roubo um que os treinadores de futebol gostam de usar - é uma questão de "dar continuidade ao trabalho".

Por isso, esta semana vou cumprir um desafio.
Não uma promessa, que eu não jurei a nenhum Deus da passagem de ano que metia lá os pés.
Mas um desafio. O de ir, todos os dias desta semana, ao ginásio.
Mesmo que tenha ou não outros desportos planeados.

Tenho de re-ganhar o hábito de lá ir.
Nem que seja para olhar para as toalhas onde os meus 60 euros andam a ser gastos.

"Isto É O Quê?" #20

Sim, treino a beber vodka.
E sim, beijo a mão de antigas estrelas do futebol português.

Fora isso, remato com ambos os pés e faço entradas a pés juntos ao patronato.
E o Unas monta a sua secretária. À bruta.
É um dia normal no Canal Q. Com bola à mistura.

7 dias #11: rescaldo

Escrevi.
Re-escrevi.
Apaguei.
Recomecei.

E deixem-me dizer-vos que adoro escrever. Tenho a plena noção de que não sou uma força literária. Que não sou um génio da escrita. Que nunca serei um Saramago ou uma Carolina Salgado. É verdade que durante anos dei erros ortográficos e durante anos isso me irritou. Por displicência ou por distracção ia-os repetindo. Mas nunca fui de letras. Sou um rapaz que desenhava bem. Que foi para artes. Que se apaixonou por cinema. E que acabou a tirar uma licenciatura... em escrita de guiões. Nunca fui de letras mas acabei por ser de letras. Não deu para fugir.

Mas não é por não usar palavras caras que não sei o que digo. Não é por usar palavras dignas de pontuações máximas no Scrabble que não sei o que quero transmitir. Mais importante do que um quadro bonito e enfadonho é um quadro feio que diga alguma coisa. Sempre apostei numa escrita corrida, quase-verbal. Sinto-me à vontade a escrever como falo. Ergo, como penso. Anos de stand-up levaram-me a apaixonar-me pelo discurso mais do que pela prosa. Que se lixem os poetas. Eu gosto é de oradores.

O livro vai de vento em poupa. Ou melhor, voltou a estar de vento em poupa. Adiantei-o, melhorei-o e neste momento, quero ter uma primeira versão o mais depressa possível. Ainda me falta cerca de 35% de material original. 35% de páginas por preencher. 35% de piadas por fazer. Assim que o acabar, quero relê-lo, reorganizá-lo e dar uma segunda demão. Depois disso já tenho a quem o apresentar.

Depois disso junto-me aos milhares de portugueses que já escreveram um livro. Não é impressionante que toda a gente tenha o sonho de escrever um livro mas que muito pouca gente leia? É como ter uma nação de pessoas que sonham ser cantoras mas que são insistentemente surdas. Eu gosto de ler. Muito. É verdade que sou uma pessoa visual, um apaixonado pelo cinema e pela televisão, mas quem acha que ler é "castrativo", "aborrecido" e "simplista" só pode ter muito pouca ginástica mental. A criatividade é a melhor coisa que podemos ter. E mais do que um polegar oponível, aquilo que nos faz mandar no planeta. Mas já chega. É um esforço ironicamente inglório defender a literatura num blog.

O meu maior medo é perdê-la. À criatividade, pois claro. Tenho medo de deixar de conseguir inventar, porque gosto e porque me dá dinheiro. Porque sou bom nisso. Porque me permitiu começar a escrever um livro que espero ser um sucesso um dia. Livro esse que tenho medo que alguém tenha a mesma ideia. Livro esse que tenho medo de não o acabar. Medo que fique para sempre esquecido. É que à velocidade a que aparecem escritores neste país, maior parte dos meus receios já se devem ter tornado realidade entre eu começar este texto e chegar a este ponto final.

Estou a caminho.
A minha primeira obra literária - humorística de bandana - está a caminho.
Agora, é parar de escrever aqui.
E escrever lá.
Até já.

Sunday, February 13, 2011

Sporting encontrado morto 9 anos depois, dentro do seu próprio estádio

RIGOR MORTIS/GF – Foi descoberto a meio desta semana o cadáver de uma equipa de futebol, vestida de verde e branca, que as autoridades suspeitam ter falecido há já alguns anos. Os vizinhos não suspeitaram do cheiro que emanava dos restos mortais do “Sporting”. “Durante anos lutei para saber o que era do meu clube. Mas nem a direcção, nem a Liga, nem os adeptos. Ninguém me ajudou.” disse Rui Oliveira e Costa, única pessoa que admite publicamente ser do Sporting. Esta descoberta do cadáver da equipa leonina está a chocar o mundo do desporto. “É impressionante que o clube tenha estado morto 9 anos e ninguém tenha dado por isso. Nem os clubes vizinhos?!” continuou o comentador de futebol da RTP e do café bairro onde mora. Quando confrontados com a notícia, Sport Lisboa e Benfica e Estrela da Amadora – clubes vizinhos do falecido – negaram ter notado qualquer mudança nos hábitos do clube. “Era sempre calado. Discreto. Não se dava por ele em campo. E como o relvado já estava em mau estado não notávamos o cadáver quando jogávamos fora.” divulgaram num comunicado conjunto. O cadáver foi assim descoberto quando um transeunte se enganou na porta para o cinema Alvaláxia e entrou no estádio.


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Thursday, February 10, 2011

Picado vs "O Discurso do Rei"

“O Discurso Do Rei” – …que quando fala, faz beatbox involuntário

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar refém de dois anões bipolares nacionalistas que me fazem marcas no corpo com ferros de marcar gado, isto enquanto danço tectonic ao som da rádio Orbital e – não tendo língua – tenho de recitar as contra-indicações do comprimido Oscillococcinum. Só há duas coisas mais inúteis que um Rei. A Liga Portuguesa de Futebol e o nosso Presidente da República. Este segundo não fala, não se mexe, não aparece e quando o faz, é para dizer que as mulheres estão bem é a fazer o jantar. É que um Rei ao menos usa o seu castelo. O nosso Presidente da República só vai ao Palácio de Belém em dias de contagem da EPAL. Um Rei, por definição, é um politico mimado e sem oposição. É um governante sem eleitores. É o Alberto João Jardim de calças vestidas.
E sendo que o único requisito necessário para se ser Rei é ser-se filho do antecessor, em famílias onde todos fazem filhos uns aos outros, é normal que os genes troquem mimos daqueles que os egípcios andam a trocar com o seu Governo. E mais inútil que um Rei é um Rei gago, porque pior do que uma coisa é sempre uma coisa repetitiva. Para quem se interroga, não, os gagos não são pessoas normais com problemas em apanhar rede. São simplesmente pessoas a quem nós temos uma vontade enorme de acabar as frases. Para ouvir pessoas com defeitos na fala basta-me metade do painel do “Governo Sombra” da TSF. Ainda por cima, não era preciso um tratamento intensivo para se curar a gaguez do Rei. Para curar aquilo bastava fazer o que nós fazíamos quando os nossos reis portugueses tinham problemas: dar-lhes um balázio na testa. Nós não gostamos de ouvir pessoas que mandam a discursar. Sempre que o fazem é para nos tirar dinheiro, tempo ou férias. Mas se querem mesmo ver este filme, força. Relembro apenas que isto é baseado numa história verídica. Bastava pegarem num livro de história e saber que nem a Inglaterra perde guerra nenhuma, nem o vosso dinheiro devia estar a ser gasto em inutilidades em tempo de crise.

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Wednesday, February 09, 2011

31% dos pais não supervisionam os filhos na internet

ESTUDO RECENTE/GF – Segundo um estudo divulgado esta semana, 31% dos pais portugueses não sabem, não questionam e nem sonham o que se passa nos computadores dos seus filhos, sendo que para eles “TPC’s de Matemática” estão longe de ser “Loiras Mamalhudas”.
Segundo os investigadores o problema é geracional e reside na instrução cibernética dos pais, que sabem tanto de computadores como o José Eduardo Bettencourt de gerir clubes de futebol. “Não percebo. O meu filho não sabe apertar os sapatos, cortar a carne ou fazer xixi sozinho mas apagar cookies é com ele, caraças!” disse Jacinto Paiva, pai de Joel, rapaz de 17 anos que faz parte dos 62% que admitem apagar sempre o histórico. Saiba ainda que 93% dos pais já falaram com os filhos sobre segurança na Internet mas segundo parece, não para os alertar e sim para tirar dúvidas. “Eu quero lá saber dos meus pais. Muito pior é ser apanhado pela minha mulher! Os meus pais têm 80 anos, julgam que um PC é um partido.” disse António Correia, enquanto guardava toda a sua pornografia numa pasta chamada “system files”. Para finalizar, o estudo revela que 62% dos jovens já ofendeu ou intimidou alguém pelas redes sociais, sendo que não ajuda saberem que a Presidência da República têm perfil no Facebook.



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Monday, February 07, 2011

7 dias #11

Eu sei que vocês gostam do lado sádico.
Doloroso.
Destrutivo.
...dos meus desafios semanais.

Mas eu não quero morrer disto. E o principal objectivo destes devaneios era abanar os meus vícios e destruir os meus tiques, manias e obsessões. Queria pegar naquilo que tinha, tirar e ver o que acontecia. Depois vinha relatar, com todo o entretenimento e sadismo inerentes à coisa.

Por isso, com muita pena minha, esta semana não voltarei a humilhar-me, massacrar-me ou abster-me de nada. Pelo contrário, vou forçar-me a mexer este cú. Se faz bem tirar o que nos faz mal, também faz bem forçar o que nos faz bem. É verdade que tenho emprego a escrever humor mas são coisas que me mandam fazer. Faço-as com muito prazer mas respondo a um responsável.

No meu stand-up não o fazia. Neste blog, não o faço. No livro que ando a escrever, ainda menos. E por muito que ame o meu trabalho, não quero deixar de ter projectos pessoais e intransmissíveis. Apesar de jogar no Real Madrid, gosto de dar uns toques em casa. Acho que são estes pequenos projectos que me mantêm alerta, vivo e com personalidade na escrita. São estas idas ao ginásio que me fazem ter reflexos e estamina quando é preciso entrar em campo. Por isso, esta semana vou forçar-me a acabar o que comecei sozinho, em casa.

Há cerca de um ano tive uma ideia para um livro. Achei-a óptima. Discuti-a, pensei-a, investiguei e comecei a escrevê-lo. E no início dá-se o chamado "tesão do mijo". A toda a hora se escreve. Acredita-se na ideia. Quer-se que ela acabe depressa. Queria vê-la acabada. Ter esse orgulho. Esse bebé. Mas ela começa a ganhar corpo, tamanho, o tempo passa e o velocímetro começa a baixar. Um ano depois tenho 70 páginas escritas, quase 40 por escrever, e a certeza que o livro tem tudo para vender que nem uma pulseira power Balance mas escrevo-o cada vez menos. Fui deixando por preguiça. Porque estava a dar trabalho.

Assim sendo, quero acabá-lo. Não quero parar de cortejá-lo.
Não quero deixar o projecto a meio só porque sou preguiçoso, caraças.
Sou teimoso, competitivo e orgulhoso. E por isso nos próximos 7 dias, pelo menos uma hora por dia, estou obrigado a escrever.

Quero.
Porque ainda o vou ver a marinar em prateleiras de livrarias ainda este ano.

"Isto É O Q?" #19

Vivemos num mundo precário.
Onde se estuda para se ser escravo...
...ou lá o que dizem os Deolinda.

A verdade é que no Canal Q é preciso mandar uma rapariga embora.
Só que ninguém parece conseguir.
Vá-se lá saber porquê...

Sunday, February 06, 2011

7 dias #10: rescaldo

Primeiro é preciso confessar-se.

Ir beber um copo ao fim do dia é um esforço.
Não é que não saiba bem mas se ir jantar é natural e sair à noite é da praxe, sair do trabalho, cansado e com trânsito por todo o lado, para se ir conhecer um barzinho, é um esforço. Que compensa, verdade. Mas um esforço.

E além disso, gastei mais dinheiro esta semana que o José Carlos Pereira no bar da Kadoc. Toda a gente se queixa da crise, da segurança social e do Governo mas depois abre-se o menu de um sítio como o Fábulas e uma tosta custa 173 euros. Não faz sentido. Eu não sou contra o comércio elitista. Mas 245 euros por um chá, só porque tem um nome pipi como "chá dos amantes" ou "chá rapunzel", faz tanto sentido como o penteado do Fernando Alvim.

Não obstante, há muitas tasquinhas baratas, boas e viciantes que primam por não aparecer em revistas, jornais ou sites da especialidade. E esta era uma semana especial. Eu não podia estar à espera de poupar dinheiro quando me forço a gastá-lo. Eu não sou a Câmara Municipal de Lisboa.
Assim sendo, lá fui eu, dia após dia da semana, conhecer um espaço novo. E aqui estão eles.

TROBADORES - Na baixa, quase no Terreiro do Paço, há um bar medieval. É todo em madeira, tem peles de animais pelas paredes e a empregada está vestida como se tivesse saltado para fora do "Braveheart". E eles levam aquilo tão a sério que a mesma não faça a depilação. A cerveja é boa mas o que vale a pena é que é servida ou em copos de barro ou em cornos. Sim, cornos. Grandes, compridos e ocos, que se prendem na mesa. E quando não estamos a cegar a pessoa à nossa frente, ao beber, há petiscos. Dos bons. Já tinha ficado com cornos por causa de cerveja, mas nunca tinha bebido por uns. Vale a visita. Nem que seja pela viagem no tempo.

CAMPAGNIA - A minha mãe disse-me que durante anos tinha sido o restaurante italiano preferido do meu pai. A minha expectativa estava confortável. E ainda por cima, era perto de casa. Andar pouco, boas referências e comida italiana no mesmo saco, deixavam-me feliz. Visitá-lo é que já não. Não pela comida, adoro o que os sacanas dos italianos fazem com panelas e frigideiras, mas pelo recheio do espaço. Comer num restaurante é bem mais do que sentar, enfardar, levantar. É conversar, apreciar e gostar. Como o espaço estava repleto de engravatados e eu gosto de ser bloquista no que toca a indumentária de pescoço, não me camuflei no local. Ou seja, os empregados resolveram ignorar-me. É bom ter-se "mais pobre" escrito na testa. Ou no pescoço. Comi bem mas senti-me mais ignorado que o Nuno Gomes no plantel do Benfica.

WANLI - Entrar no Wanli é visitar outra dimensão. É numa rua de santos, estava vazio e o dono falava pelos cotovelos. O espaço parece mais um corredor com mesas do que uma sala e lá dentro, apesar de pequeno, há uma lareira e um poço. Eu disse que era estranho. As paredes estão forradas de parafernália do Séc.XVIII e o dono diz ser "monárquico de linhagem, republicano por opção e comunista no trato humano." Experimentei ponche quente - que tem tanto de doce como de enjoativo - e fiquei a saber tudo sobre pratos chineses. Não é que não tenha gostado. Fiquei só abananado. No final gostei que nos tenham aberto a porta ao sairmos. Ou foi cavalheirismo ou queria-nos dali para fora. Foi tudo demasiado estranho para eu perceber.

"? BAR DO CROMA ?" - Como disse, vou todos os fins-de-semana ao Bairro Alto. O problema é dirigir-me sempre aos mesmos espaços. No entanto, esta sexta, resolvi entrar num bar ao calhas, sem pensar duas vezes, que ainda não tivesse visto. Assim fiz. De um momento para o outro estou numa sala toda verde, sentado num banco feito de pauzinhos de madeira e a beber em cima de uma mesa feita de papelão. Sim, papelão. Só me perguntava se os decoradores de interiores em Portugal trabalhavam com a mesma bebedeira com que eu estava naquele momento. Sentia-me dentro de um estúdio de croma gerido por um indivíduo que era tão bicha que só podia ser heterossexual. Daqueles que dava a volta em menos sentidos do que parece. Bebi a minha cerveja, curti a dor de cabeça provocada pelo verde e pelo álcool e voltei a sair. Não sei o nome, não me lembro onde é e desenvolvi uma estranha aversão ao Hulk que não sei explicar.

TEATRO DA LUZ - Assim sim. O espaço já existia, é bonito e quando foi preciso dar-se uma festa para 800 pessoa lá dentro, deu-se. O Teatro da Luz, em Benfica, não está aberto ao público todos os dias mas dão-se lá festas de vez enquanto. Eu apanhei uma dessas e aconselho-vos a apanhar a próxima. A desculpa da festa era a entrada no ano do coelho e havia uma viagem a Macau por sortear. Não ganhei. A viagem. Uma ressaca, sim. Só tem uma casa-de-banho mas tem 4 bares. Tem a música alto mas não tem vizinhança. E eu gosto de ver salas de espectáculo aproveitadas para devaneios nocturnos. Nunca mais me esqueço da discoteca mais bonita a que já fui, em Barcelona, em que um gigante teatro foi usado como pista de dança - o Apolo Club. Do palco aos camarins, tudo estava cheio de gente bêbada a abanar-se. Este espaço é a versão tuga da coisa. E vale a pena.

QUIOSQUES - Há vários em Lisboa e são todos bons. Moro ao lado de um - jardim das amoreiras - estou a 5 minutos de outro - jardim da estrela - e demoro uma paragem de metro a chegar a outro - miradouro de São Pedro de Alcântara. Não são tão agradáveis agora no Inverno em que levamos com temperaturas aos dígitos sozinhos mas no verão, são um mimo. O das amoreiras é a melhor maneira de acabar o dia - e até quem sabe, o melhor escritório para se trabalhar. O da estrela é óptimo para passeios com a família. O do miradouro de são pedro de alcântara tem das melhores vistas de Lisboa. Só é pior à noite, quando a vista é substituída por "futuros membros da JSD" vindos do Bairro Alto aos gritos. Comentar trivialidades nunca soube tão bem, como nestas esplanadas lisboetas. Tenho de conhecer os que me faltam.

Agora, os mais atentos fizeram as contas e perceberam que estão seis itens nesta lista, quando deviam estar sete. Certo. Isso leva-nos ao momento mais desconfortavelmente cómico da minha semana. E foi logo na segunda-feira.

"BAR" - Saí do trabalho pelas 7 e tinha de inaugurar a minha demanda por espaços de má vida. Lembrei-me que, no Pateo Bagatela, tinha visto uma porta enorme a dizer "BAR" e que defendia "every hour is happy hour". Parecia-me a melhor maneira de começar. Dirigi-me até lá com uma amiga e olhámos lá para dentro. Vimos vários computadores e mesas espalhadas. Pessoas a escreverem. "Boa" - pensámos - "tem wireless". Chegamos à porta e lá dentro vemos mais mesas, um balcão e garrafas pelas paredes. O neon da porta dizia agora, ainda mais perto, "BAR". Tocámos à campainha. Abrem a porta e entramos lentamente. Um homem com um ar surpreso diz-nos "vieram ter com quem?". Minuto de silêncio. Não era o que esperávamos ouvir. Eu digo "Não vinhamos ter com ninguém. Era para beber um copo.". Ele sorri. E diz "peço desculpa mas isto não é um bar, é uma agência de publicidade." Eu faço questão de realçar o neon gigante à porta do espaço que diz, claramente, "BAR". Ele explica que os fundadores da agência se chamam Bruno, Andreia e Rita e que por isso se chama "BAR". Eu e a amiga ficamos em silêncio. Saímos de lá envergonhados e a rir. Não sabíamos se nos tinham mentido, se tinhamos feito figura de parvos. Só não queríamos ser os primeiros a quem aquilo acontecia.

A semana valeu a pena. É altamente desaconselhada por motivos financeiros mas não quero deixar de conhecer espaços bons, como vi que existem, pela rotina. Quero mais bares como o Porcópio, o BombShelter, o Paródia, o Lábios de Vinho, o Mignon, etc. Mais experiências como a do Trobadores ou a do Wanli. E mais bebedeiras como a do espaço no Bairro Alto decorado pela madeixa da Maria José Valério.

Vou continuar este desafio por mais tempo. A gosto.
Desde que os bares sejam mesmo bares.
Há por aí uns sacanas travestidos.

Saturday, February 05, 2011

A vingança é um copo que se serve morno

Uma vingança é suposto saber bem.
Por isso estou um bocado orgulhoso de ter feito isto.
É maquiavélico. É retorcido. Mas é ainda mais divertido.
E soube bem - pelo menos a mim.

Ontem fui sair à noite. Bairro Alto. Entre saltitar de espaço em espaço, foi num bem cheio onde tudo aconteceu. Eu e o Pedro Silva entramos no bar e amigavelmente ele oferece-se para me pagar uma bebida. Pedi Martini Bianco, já que nas 3 horas anteriores tinha estado a beber cerveja. E o que é demais, faz arrotar. A empregada foi uma profissional e serviu aquilo abastadamente. O pedro pediu uma sangria. No segundo em que nos viramos do balcão, cada um com o seu copo na mão, um homem que estava sentado num mesa dá um cotovelada no meu copo. Não entornou. Lavou o chão com o meu martini. Não sobrou nem o limão. Nunca mais vi o copo no meio de dezenas de pés que se mexiam no espaço. Decidi dizer qualquer coisa ao homem sentado.

Eu - Desculpa, viste o que fizeste?
Ele - Eu não vi nada. - sem olhar para mim.
Eu - Entornaste-me o copo todo. Importaste de me pagar um novo?
Ele - Eu não tenho dinheiro nenhum. E não fiz nada.
Eu - Ao menos dá-me um euro, qualquer coisa.
O gajo levanta-se da cadeira e faz-me peito.
Ele - Mas tu sabes quem é que eu sou? Sabes, caralho?
Eu - Hmm. Não.
Ele - (inserir nome de quarentão alcoolizado aqui). Tu como é que te chamas?
Eu - Pedro Pereira. - disse eu merecendo um Óscar pela minha performance.
Ele - Pedro, eu não te vou pagar nada. Desanda.
Eu - Vá lá, não sejas assim. Entornaste-me o copo.
Ele - Eu não entornei nada, caralho.

Eu virei costas e não continuei a conversa. Fui ao balcão, pedi outro martini e fui para a rua bebê-lo.
A esta hora, o Pedro diz para eu esquecer a cena. Eu estava irritado. Relembro que tinha estado a beber cerveja nas últimas 3 horas. Apetecia-me entrar no bar e entornar-lhe o copo no chão, lentamente. A olhá-lo nos olhos. Expressei a minha vontade em voz alta. As pessoas que estavam comigo disseram que seria estúpido. A verdade é que o homem podia ao menos ter pedido desculpa. Ele percebeu o que fez. Ele sentiu de certeza o que fez. Aquele braço não era uma prótese. E ele não estava assim tão bêbado. Estava só parvo.

Nesta altura o Pedro diz que "o que tu podias fazer, era dar-lhe uma bebida. Mas alterada." Eu ilumino-me como uma árvore de Natal. Era o que eu ia fazer. Esboçamos o plano, respirei fundo e lá fui eu para dentro do bar outra vez.

Dirigi-me ao balcão, pedi um whisky. Três euros e meio. A vingança mais cara da minha vida. Mas ia valer a pena. Acho que se me tivesse cobrado 10 euros pelo whisky, eu tinha pago na hora. Peguei no copo servido, agradeci, e dirigi-me à fila da casa-de-banho. Esperei a minha vez e entrei. Ora nem mais. Se o copo estava servido a 40%, ficou a 60%. Mijei para dentro do copo, nunca deixando que a bebida mudasse demasiado de cor e saí da casa-de-banho. O plano estava em marcha. Eu estava a ficar nervoso.

O gelo tinha derretido. Eu sentia o copo mais quente. Obviamente. E não tinha uma bebida para mim. Encostei-me ao balcão e pedi um novo martini para mim. Igualzinho ao que o gajo me tinha entornado. Enquanto me estavam a pôr pedras de gelo no meu, pedi para porem uma no whiky. Perfeito. Dirigi-me até à mesa do gajo.

Aproximei-me e disse:
Eu - Man, desculpa aquilo à bocado. Não quero sair daqui chateado.
Ele levanta-se novamente, desta vez com o peito para dentro - Na boa, pá. Estamos bem.
Eu - Trouxe-te um whiskey. Estamos na boa?
Ele sorriu pela primeira vez ao ver o whisky - Claro que estamos, Pedro.

Eu já me tinha esquecido que lhe tinha dito que me chamava Pedro. A esta hora estava com medo que o gajo, ao agarrar no copo, percebesse que aquilo estava morninho demais. Estendo-lhe o copo. Ele agarra-o e...

Ele - Um brinde ao Pedro.
Eu - Um brinde à amizade.

... bebemos os dois ao mesmo tempo. O gajo estava bêbado demais para perceber que o copo dele estava com o dobro da temperatura que devia. E mesmo depois de engolir quase metade do copo de uma vez, sorriu para mim. Eu sorri de volta. Fui fazendo conversa com ele durante alguns minutos. Sempre que ele me dizia qualquer coisa sobre a sua vida, eu propunha um brinde.

Eu - És guia turístico? Aos guias turísticos, caraças!

Estendia o copo. Ele brindava. Bebíamos. Minutos depois só lhe falta um golo do whisky. E do aditivo.
Eu digo que tenho de ir ter com os meus amigos. Ele responde:

Ele - Pedro, já não se fazem putos como tu.
Eu - Podes querer.

Ele bebe o copo dele até ao fim. Eu aperto-lhe a mão. Saio do bar.
Fui cínico. Fui falso. Fui maquiavélico. Mas deu-me um prazer que vocês não imaginam.
Ele não percebeu, não morreu e não se chateou.
Eu sei o que se passou, fui elogiado e saí do bar a sorrir.

Só o meu primeiro Martini continuo espalhado pelo chão.

Friday, February 04, 2011

"Exército em Torres Vedras"

Hás uns dias recebi uma mensagem no Facebook de um Hugo Nunes.
Não era meu amigo, não temos amigos em comum e tinha apenas uma dúvida existencial:

"boa noite eu gostaria de saber se voçe esteve no exercito em 2004 em torres vedras e que vai-me desculpar mas e parecido com um camarada meu que nao o vejo a bastante tempo. Se nao for peço desde ja as minhas desculpas. Hugo Nunes"



Nunca estive no exército. Mas apesar de nunca ter corrido de mochila às costas, ou de ter uma tatuagem a apelar ao amor pela minha progenitora, não sou mal criado. Resolvi responder ao homem:

"Olá, Hugo.

A menos que eu tenha levado um balázio que me tenha apagado a memória, nunca estive no exército em Torres Vedras. Ou qualquer outro lugar com Torres ou Vedras. O meu único contacto com armas na vida foi quando fiz o dia de defesa nacional há uns anos. E um assalto que vi acontecer numa bomba de gasolina numa auto-estrada, mas estava na faixa contrária. Não vale. 

Espero que encontre a pessoa que procura. Caso isso não aconteça, eu tenho um irmão que também é muito, muito parecido comigo. Não esteve nunca em Torres Vedras (acho que nunca foi mais para Norte do Carregado, aliás) mas se o vestirmos com roupa verde, podemos falsear que é o seu amigo. Ele sabe fazer flexões e abdominais, se quiserem recriar situações de recruta os dois.

Desejo-lhe a melhor das sortes na sua procura. Até lhe dou um conselho: sempre que perco alguma coisa e não encontro em lado nenhum, treino em livros do "Wally" durante alguns minutos e depois continuo. Ajuda-me imenso.

Uma continência,
Guilherme Fonseca"

Acham que me responde?
Eu gostava.

Fábio Coentrão levou 75 amarelos entre as 20h e as 23h na noite do jogo contra o FCP

AMARELADO/GF – Fábio Coentrão, defesa do Sport Lisboa e Benfica, viu dois amarelos em duas faltas no jogo contra o F C Porto, sendo expulso aos 59 minutos. O relatório do árbitro surpreendeu depois ao mostrar que afinal Coentrão viu por mais 73 vezes a cartolina amarela entre as 20h e as 23h dessa mesma noite.
“Tudo começou ao jantar, antes do jogo, quando o Fábio roubou uma batata frita do prato do Luisão. O árbitro não poupou o jogador e mostrou-lhe imediatamente o amarelo. E nem sabíamos que ele estava no restaurante…” disse César Peixoto, enquanto aparava a barba. O relatório de jogo, elaborado pelo árbitro, mostrou ainda mais 74 cartões amarelos e 32 cartões vermelhos, no decorrer da noite. Além dos dois amarelos e do vermelho do jogo, o defesa viu ainda cartões quando chocou com um móvel no balneário, quando se enganou numa tecla ao escrever uma sms e quando entornou um pouco de água no chão da sua cozinha, antes de se deitar. Assim sendo, Fábio Coentrão ficará castigado durante os próximos 4 meses e meio, falhando o próximo jogo para a Taça, o próximo aniversário da família e a próxima ida ao cinema com a mulher.



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Egípcios que estavam a precisar de mudar de carro estão a favor da revolução

CARRINHOS DE CHOQUE/GF – Os tumultos, as manifestações e a revolução que estão a ocorrer neste momento no Egipto estão a deixar o mundo em choque. No entanto, e apesar da comunicação social defender que os egípcios desejam mudar de governo, na verdade querem é mudar de carro.
“Mubarak? Não tenho nada contra esse. Tenho é contra o meu Citrôen Saxo de 98. Queria ver-me livre daquilo e como sabia que andavam para aqui a partir coisas, tirei-o da garagem.” disse Al-Habib, um homem que sonha há anos em ter um carro que tenha fecho centralizado. O mundo acompanha assim pela televisão a crescente tensão, já que o Governo Egípcio defende que “o parque automóvel egípcio está em óptima condições” e tudo fará para que se mantenha assim. No entanto, os manifestantes continuam a juntar-se diariamente para partirem e queimarem a tralha que têm casa que não precisam ou já não querem. A CNN, em directo do local, relata o genocídio de centenas de peças de mobiliário que “não estavam assim tão démodé na sala das pessoas”. O caso mais tocante até agora é o de um homem de 57 anos, que não tendo dinheiro para pagar o dentista, se deslocou 300 km até ao Cairo para lhe partirem os dois dentes que estavam apanhados com caries. O exército tratou do problema.



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Thursday, February 03, 2011

Picado vs "Green Hornet"

“Green Hornet” – …porque até o tradutor do título quer evitar ver isto

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver isto foi a mesma de estar a correr desenfreadamente num campo minado de 4 por 4 metros, com um anão raivoso às cavalitas que me corta o cabelo com um x-acto, isto depois de uma noite em que sonhei que era o saca-rolhas que o Renato Seabra usou para castrar o Carlos Castro em Nova Iorque. Hollywood não aprende. Filmes sobre crianças mimadas e embirrentas nunca dão resultado. Deviam ter percebido isso com a sequência de filmes do “Dennis, o Pimentinha”. Ou com as peças da TVI sobre José Sócrates. As pessoas mimadas não precisam de uma câmara apontada na direcção delas. Precisam de um tiro de caçadeira numa sobrancelha. A personagem principal de “Green Hornet” é tão insuportável que faz do filme um episódio do “My Super Sweet Sixteen” da MTV com duas horas. (Para quem não conhece o programa, é uma mistura de dinheiro, birras e aparecimento de pêlos púbicos, tudo na mesma festa com música má.)
E como se não bastasse uma criança parva no papel principal, acompanham-na de clichés. A sério, uma loira parva e um chinês que sabe artes marciais? O que é “Green Hornet”? Uma má piada que começa “Um puto, uma loira e um chinês entram um filme…” Além do humor de parede de casa de banho, outra coisa que este filme tenta explorar é o poder dos media. Como? Pondo a administração de um jornal diário nas mãos do referido puto irritante. Amigos, o poder dos media não se mede aos palmos, mede-se aos classificados. A verdade é que já ninguém lê jornais. Há mais sem-abrigo a usá-los como cobertor do que empresários a usá-los como leitura de latrina. A informação morreu. Os media já estão para as pessoas como o screen saver está para o meu pc. Os media da sociedade actual são unicamente porteiras com vozes mais irritantes e menos para limpar. E uma coisa é ver más representações. Outra, é ver más representações em 3D. Parece tão, mas tão real que eu juro que se consegue ver na imagem a carreira desta gente a estrebuchar e a morrer. Querem ver isto? Fiquem avisados, “Green Hornet” não é mais que o “Iron Man” na puberdade; um “Batman” com gosto por cores berrantes; ou o “Hulk” depois de fumar uma ganza.

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Wednesday, February 02, 2011

Casais discutem uma média de 312 vezes por ano

ESTUDO RECENTE/GF – Eu podia dizer-lhe que cientistas descobriram recentemente que o casal normal tem cerca de 312 discussões em media por ano, mas estaria a mentir. Não foram cientistas, foram fabricantes de produtos de WC.
O estudo faz todo o sentido que tenha sido encomendado por um site online de venda de produtos de casa de banho, já que os resultados de certeza que vão “dar merda”. Aparentemente as discussões começam todas, na sua maioria, por motivos banais. Os mais comuns são o zapping da tv, a sujidade das casa de banho e a desarrumação do quarto partilhado por ambos. Assim sendo, higiene e arrumação não são só problemas do cabelo do Fernando Alvim. Ficou ainda a saber-se que o dia mais propício a discussões é a quinta-feira porque, segundo os horários da MEO, é dia de resumos da Liga Inglesa e de Biggest Loser, exactamente à mesma hora. O que eles mais odeiam nelas é o tempo que demoram a arranjar-se. O que elas mais odeiam neles é não trocarem o rolo de papel higiénico quando acaba. Fica assim descoberto o segredo para o amor eterno: por cada casal ter duas televisões, duas casas de banho e dois armários, isto de preferência em dois países diferentes.



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